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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

ANTIOQUIA


Antioquia do Orontes (havia outras) foi uma cidade antiga situada no lado oriental do rio Orontes, fundada perto do fim do 4º século a.C. por Seleuco I Nicator, um general macedônio de Alexandre Magno. A localização privilegiada de Antioquia beneficiava os seus habitantes, chegando a rivalizar Alexandria como a principal cidade do oriente próximo e era o principal centro do judaísmo helênico por ocasião do período final do segundo templo de Jerusalém.

O general Seleuco I Nicator deu guarida a muitos judeus na cidade e lhes concedeu direitos civis iguais aos dos gregos, sendo que, séculos mais tarde quando lemos sobre ela na Bíblia, sua população se compunha principalmente de sírios, gregos, judeus e romanos. O idioma usado era o grego, por isso os judeus que lá moravam eram chamados “helenistas”, e assim são chamados na Bíblia. O Velho Testamento, traduzido para o grego durante o terceiro e segundo século antes de Cristo em Alexandria, era usado pelos judeus em suas sinagogas em Antioquia.

Em 64 a.C. Antioquia foi anexada a Roma por Pompeu, que lhe concedeu privilégios consideráveis e fez dela a capital da província romana chamada Síria. Sua importância e esplendor lhe ganharam o nome de “Rainha do Oriente”, a terceira cidade em importância do império romano, depois de Roma e Alexandria.

Damos a seguir um breve relato de como o Evangelho chegou a Antioquia durante a perseguição que se seguiu à morte de Estêvão, aproximadamente em 33 a.D. (Atos 8:1), e do crescimento notável desta igreja pioneira entre os gentios.

Entre os crentes de Jerusalém que foram dispersos por causa de Estêvão, havia alguns que foram até a Antioquia levando o Evangelho para os judeus apenas (Atos 11:19), enquanto outros procedentes de Chipre e Cirene pregaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus em seu próprio idioma.

Assim, tanto judeus como gentios ouviram o Evangelho, e como a mão do Senhor era com eles, grande número creu e se converteu ao Senhor. Quando a igreja em Jerusalém soube disso, enviaram Barnabé até lá, um "homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé": ótimas credenciais para um missionário.

Recomendamos a leitura do excelente artigo sobre Barnabé do saudoso irmão Kenneth Jones: “Barnabé, o filho da consolação", publicado pelo Boletim dos Obreiros anos atrás e encontrado na internet AQUI. Desse artigo extraímos o seguinte comentário:

“BARNABÉ foi escolhido para uma missão à igreja em Antioquia (Atos 11:22). A igreja não podia ter escolhido alguém melhor. Mesmo sendo levita e a igreja em Jerusalém só pregava aos judeus, ele amava todas as raças. A sua paixão era unir os irmãos e se alegrar pelo progresso do Evangelho e o desenvolvimento no ministério. Ele possuía as três qualidades essenciais para o serviço de Deus. “Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor” (Atos 11:24). “Era homem bom”: a bondade é a atitude cristã para com o homem. Barnabé não prejudicava ninguém, mas somente fazia o bem. “Cheio do Espírito Santo”: significa que ele estava sob o controle do Espírito Santo. Não havia nada na sua vida para impedir a atuação do Espírito Santo e a sua atitude para com Deus. “Cheio de fé”: a fé é a atitude para com a Palavra de Deus. Lucas descreve a chegada de Barnabé à igreja em Antioquia: “Tendo ele chegado e vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração permanecessem no Senhor” (Atos 11:23). Tudo foi melhor do que ele esperava. Ele viu gregos, judeus e povos de outras raças, todos unidos formando uma igreja, cumprindo a ordem de Cristo de pregar o Evangelho a todos os povos. Portanto, o que mais alegrou Barnabé foi a graça de Deus manifestada na igreja. “Tendo ele chegado e vendo a graça de Deus, alegrou-se” (Atos 11:23). Ele viu a graça de Deus em ação pela transformação de vidas pelo Evangelho, fazendo a reconciliação do pagão com Deus e a comunhão não somente com Deus, mas também uns com os outros”.

É bom quando uma igreja nova é visitada por homens com as qualidades espirituais de Barnabé. Enquanto ele permaneceu ali, muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor, e foi preservada a unidade espiritual com a igreja de Jerusalém.

A igreja de Antioquia passou a contar também com o ensino de Saulo, que Barnabé foi buscar em Tarso. Essa era a cidade de Saulo, que lhe dava a cidadania romana, e estava dentro da província de Cilícia, onde ele testemunhava do Evangelho (Gálatas 1:21).

Barnabé sabia que Saulo havia sido escolhido pelo Senhor Jesus para ser o Seu apóstolo entre os gentios (Atos 9:15, Romanos 1:1, Gálatas 1:1)), e também conhecia a sua capacidade para ensinar, e se empenhou para encontrá-lo e trazê-lo a Antioquia. Os dois ficaram ali por um ano, ensinando a muitos. Calcula-se que foi o ano 44 a.D.

Foi ali que os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos, significando “seguidores de Cristo”. O nome foi usado com desprezo pelo rei Agripa anos mais tarde (Atos 26:28) e como epiteto vergonhoso, objeto de perseguições do governo romano (1 Pedro 4:16), só aparecendo nesses três lugares na Bíblia. O nome Cristo refere-se ao Messias esperado pelos judeus, por isso os judeus incrédulos não os chamavam de “cristãos” ou “messiânicos”, mas de “nazarenos”, pois não criam que o Senhor Jesus fosse realmente o Messias.

Vieram também profetas de Jerusalém para Antioquia. Eram homens dotados pelo Espírito Santo com o dom de profecia, para exortar e fortalecer as igrejas antes delas disporem dos livros do Novo Testamento. Como Judas e Silas (Atos 14:4 e 15:32), ajudavam os apóstolos.

Um destes profetas, chamado Ágabo, previu que haveria “uma grande fome por todo o mundo” – “mundo” foi uma expressão coloquial para significar o Oriente Médio, onde viviam. A história registra escassez de alimentos nessa região durante o reinado do imperador Cláudio (41-44 a.D.), que precedeu Nero, assim cumprindo a profecia feita por Ágabo.

Os irmãos da igreja de Antioquia, aqui chamados “discípulos”, fizeram uma coleta entre si, cada um dando conforme as suas posses, e enviaram uma contribuição para os irmãos que habitavam na Judeia. A contribuição foi mandada aos anciãos por mão de Barnabé e Saulo.

Este é um modelo de como fazer as contribuições nas igrejas: cada um dando conforme as suas posses, em mãos de dois tesoureiros, para distribuição pelos anciãos da igreja (note-se a pluralidade nos dois casos). Nunca se lê na Bíblia sobre uma contribuição mediante “dízimos” nas igrejas cristãs. A contribuição é feita pelos irmãos, voluntariamente, conforme a sua prosperidade.

É a primeira vez que a palavra “ancião” é usada para os que estão na direção da igreja. “Ancião” era um título usado no Velho Testamento para designar pessoas idosas a quem era dada autoridade no governo devido à sua longa experiência e reconhecida capacidade. Vemos muitas referências aos “anciãos” dos judeus no Novo Testamento, cujas tradições orientavam o povo, e que juntamente com os principais sacerdotes e escribas foram responsáveis pela captura, condenação e morte de Jesus Cristo.

De certa forma, a direção e a condução das primeiras igrejas se assemelhavam às das sinagogas, e os supervisores (“presbíteros” ou “bispos”, transliterações do grego “presbyteros” e “epískopos”) tinham autoridade e funções equivalentes às dos “anciãos” na sinagoga. Os supervisores das igrejas são chamados de “anciãos” na Bíblia pela primeira vez nesta ocasião (Atos 11:30). Paulo e Barnabé promoveram a eleição de “anciãos” em cada igreja de Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (Atos 14:23) e essa é a palavra mais usada no Novo Testamento para os supervisores das igrejas.

A introdução do Evangelho em Antioquia foi um passo importante no seu avanço pelo mundo, e foi dali que mais tarde Paulo e os seus companheiros saíram para as suas viagens missionárias, espalhando o Evangelho e reunindo congregações dos que criam para formar igrejas, depois voltando para relatar as suas experiências nas viagens e seus resultados.

Por causa da sua longevidade e do papel fundamental que desempenhou tanto no surgimento do período helenístico do judaísmo como no início do cristianismo, Antioquia foi chamada de "berço do Cristianismo." Chegou a ser uma metrópole de meio milhão de pessoas, mas durante a Idade Média sofreu um grande declínio por causa de guerras, terremotos e das mudanças de rota de comércio, e reduziu-se a ruínas, encontradas próximas da cidade moderna de Antáquia, na Turquia.

 

R David Jones

ANANIAS DE DAMASCO


O nome Ananias, ou Hananias como encontramos no Velho Testamento, significa “Jeová deu” e encontramos várias pessoas com esse nome na Bíblia. No Novo Testamento encontramos três, todos no livro de Atos, o primeiro sendo um membro da igreja de Jerusalém que caiu e expirou ao ser repreendido por Pedro por mentir à igreja, o segundo residia em Damasco, e o terceiro era o sumo sacerdote no templo de Jerusalém que perseguiu Paulo desejando a sua morte. Vamos aqui refletir um pouco sobre o segundo destes homens.

Esse Ananias só aparece duas vezes na Bíblia, nos capítulos 9 e 22 de Atos, onde é relatada a tarefa importante que lhe foi designada imediatamente após a conversão de Saulo, ou Paulo.

Ananias nos é apresentado como sendo “um certo discípulo” em Damasco. A palavra “discípulo” só é usada nos Evangelhos e no livro de Atos, sendo 28 vezes ao todo. Sempre se refere ao aluno de alguém, em contraste com o mestre ou professor. Em todos os casos entende-se que a pessoa assim denominada não só aceita a opinião do professor, mas também pratica o que ele ensina.

Nos evangelhos lemos sobre os discípulos de João Batista (Mateus 9:14; Lucas 7:18; João 3:25), como também os dos fariseus (Mateus 22:16; Marcos 2:18; Lucas 5:33 ) e os de Moisés (João 9:28).

Mas o uso mais comum dessa palavra é para designar os seguidores de Jesus:

  • No sentido mais amplo (Mateus 10:42, Lucas 6:17, João 6:66, etc.), sendo o único nome dado nos Evangelhos aos que seguiam Cristo;

  • Num sentido mais restrito foi dado especialmente aos doze apóstolos, que eram frequentemente chamados simplesmente de discípulos (Mateus 10:1, 11:1, 12:1 etc.),

  • Em Atos, após a morte e a ascensão do Senhor Jesus, os discípulos se identificam como aqueles que declaram ser Ele o Messias,ou seja, os cristãos (Atos 6:1,2,7;9:36;11:26). Mesmoos cristãos que foram batizados apenas com o batismo de João são também chamados discípulos (Atos 19:1-4).

Ananias era portanto cristão, e seria daqueles que Saulo, respirando ainda ameaças e mortes, desejava conduzir presos a Jerusalém. A qualificação “um certo” parece indicar que não era pessoa de destaque na igreja, mas Paulo fez menção honrosa a ele em seu relato da sua conversão diante do povo em Jerusalém: disse que Ananias era um “varão piedoso conforme a lei” e que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam. Isso nos assegura que, mesmo que fosse apenas “um certo discípulo”, ele evidentemente glorificava a Deus com uma vida de obediência aos Seus preceitos.

Se não fosse a parte que lhe foi dada com relação a Paulo, talvez nunca teríamos ouvido a respeito dele, pois era “apenas um discípulo”. Mas Deus conhecia tudo a respeito dele, e o escolheu para uma tarefa especial. Quantas vezes também pensamos que somos “apenas um discípulo” de pouca relevância entre os irmãos, e nos acomodamos à nossa relativa obscuridade. Mas Deus nos conhece perfeitamente, observa a nossa conduta, e somos chamados para usar os nossos dons espirituais especiais na Sua obra.

O Senhor apareceu a Ananias em visão: quando o Senhor tem algo a nos dizer pessoalmente, Ele o faz de maneira que não nos deixa em dúvidas! E a ordem que Ele deu a Ananias nessa ocasião foi, inegavelmente, surpreendente e assustadora: ele devia sair, ir até a casa de um homem chamado Judas (provavelmente uma hospedaria) e ali procurar “um homem de Tarso chamado Saulo”. O Senhor continuou, tranquilizando-o um pouco ao esclarecer que ao orar Saulo havia visto “um homem chamado Ananias entrar e impor-lhe as mãos para que recuperasse a vista”.

Que coisa extraordinária. Não sabemos se Ananias já tivera experiência anterior em operar milagres, mas o Senhor estava instruindo que ele fosse entrevistar Saulo, o notório fariseu que ferozmente perseguia os cristãos, e o curasse da cegueira. No lugar de Ananias iríamos temer que não desse certo, e as consequências poderiam ser muito sérias. Afinal, para que recuperar a vista desse malfeitor?

Por isso, Ananias respondeu que sabia o que Saulo fazia, e o poder que tinha dos principais sacerdotes para prender todos os cristãos. O Senhor então lhe assegurou que Saulo era um vaso escolhido por Ele especialmente para evangelizar os gentios, os reis e os israelitas, e que lhe mostraria quanto lhe cumpria padecer pelo Seu nome.

Ananias então não duvidou mais: fez exatamente o que o Senhor mandou. Estava disposto a ir quando e aonde o Senhor instruísse, e a confiar na fidelidade do Senhor quanto ao resultado. Em nossa vida cristã, por menos importantes que nos consideremos na obra do Senhor, devemos aprender com Ananias a cumprir com a nossa parte obedientemente, confiados na Sua fidelidade em levar a nossa tarefa a bom termo.

A obediência de Ananias nos dá plena evidência do seu amor cristão, da sua lealdade, e da sua humildade e mansidão.

O seu amor cristão se revelou na sua atitude para com Saulo. Ao entrar no aposento onde o terrível perseguidor se achava, agora cego e indefeso, Ananias poderia aproveitar primeiro para recriminá-lo e exaltar o favor não merecido que iria lhe prestar. Mas surpreendentemente, especialmente para o próprio Saulo, Ananias o chamou carinhosamente de “irmão” e ainda colocou as suas mãos sobre ele num gesto de amizade, sem sombra de ressentimento ou amargura.

A sua lealdade ao seu Senhor salta aos olhos quando disse “O Senhor Jesus... enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”. Assim Ananias declarou o senhorio do Senhor Jesus àquele perseguidor sanguinário.

A sua humildade e mansidão foram manifestadas também quando deu ao Senhor todo o crédito pela visita que fez a fim de que Saulo recuperasse a visão e recebesse o Espírito Santo. Não houve qualquer promoção de si próprio, nem sequer disse uma palavra para se apresentar e dizer quem ou o que era, mas contentou-se em ser um mensageiro anônimo do seu Mestre, como bom discípulo que era.

Assim era este servo fiel de Deus: preparado, disposto, fiel, amoroso, leal, e mesmo assim humilde e manso, que entrou nos anais dos Atos e voltou para a obscuridade, sem outra menção qualquer. Como o significado do seu nome, ele é quem foi “dado por Deus” para a importante missão de reconciliar e dar visão a Saulo, para que fosse batizado e fosse cheio do Espírito Santo.

Mediante a sua obediência, recebemos a bênção incalculável para a igreja de Cristo, através dos séculos, que foi o apóstolo Paulo.

 

R David Jones

AMOR INSEPARÁVEL


O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (João 15:12)

Durante o Seu ministério neste mundo, o Senhor Jesus ensinou o povo israelita sobre a justiça  de Deus, que Ele viera cumprir na terra (Mateus 3:15). Ela traz bem-aventurança aos que a procuram (Mateus 5:6), e Deus proverá todas as necessidades dos que a procuram junto com o Seu reino (Mateus 6:33). O reino de Deus é dos que são perseguidos por causa da justiça (Mateus 5:10). Aos fariseus, que se diziam muito religiosos, Ele declarou que as coisas mais importantes na lei de Moisés são a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23:23). A misericórdia é sinônima de “amor de Deus” como se vê na passagem paralela a esta em Lucas 11:42.

Quando indagado por um doutor da lei sobre qual é o maior dos mandamentos da lei, o Senhor Jesus respondeu que é “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças” (Deuteronômio 6:5) acrescentando ainda “e de todo o teu entendimento” (Mateus 22:37), e continuou citando outro que declarou ser semelhante a esse “... amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19:18). Terminou dizendo que “destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mateus 22:40). “O amor é o cumprimento da lei” (Romanos 13:10).

Aos Seus discípulos, porém, Jesus Cristo deu um novo mandamento: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.” (João 13:34). Este mandamento é “novo” porque tem uma nova dimensão “assim como eu vos amei a vós”. É o amor inseparável.

“Quem nos separará do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor?” (Romanos 8:39)

Esta é uma pergunta que, de pronto, nos convida à resposta: Ninguém (Romanos 8:35-39).

Cristo, o Filho de Deus, manifestou Seu amor pelo mundo pecador enquanto esteve vivendo entre nós aqui no mundo. Os Evangelhos nos contam sobejamente como Ele revelou esta característica divina em Seu trato com pessoas de todas as classes sociais, de boa ou má reputação, amigos e inimigos, dispondo-se a perdoar os seus pecados sem exigir nada em troca, às vezes até mesmo espontaneamente, para a surpresa dos que isso testemunhavam. Sua vida e a sua morte no madeiro no monte do Calvário foram a revelação do amor divino pelo mundo pecador (João 3:16).

Paulo exclamou: “Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos 5:8) e “Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal”  (1 Timóteo 1:15). Percebemos aqui que Paulo não cessa de se admirar do alcance do amor de Deus para os que nada merecem da Sua parte.

O amor faz parte do  caráter de Deus: Ele não só “é o Deus de amor” mas em Sua essência “é amor” (2 Coríntios 13:11 e 1 João 4:8). Na história da humanidade, Deus manifestou o seu amor a esta parte da Sua criação em várias oportunidades, entre as quais se destacam a Sua consideração por Adão e Eva depois que estes O desobedeceram, a preservação de Noé, a sua família e exemplares da criação através de um dilúvio de extensão mundial, e a conservação do povo de Israel apesar da sua rebeldia e idolatria.

Deus fez com que um dos seus profetas, quase três mil anos atrás, ilustrasse em sua própria vida o divino amor, compaixão e lealdade inseparável para com o povo de Israel, que lhe tem sido infiel na maior parte da sua história: obedecendo ao mandado de Deus, Oseias se casou com uma mulher chamada Gomer, teve dela dois filhos e uma filha, a quem deu nomes simbólicos. Gomer em seguida abandonou seu marido Oseias para entregar-se à devassidão. Contudo Oseias continuou a amá-la e finalmente conseguiu comprá-la da escravidão para restaurá-la ao lar como sua esposa novamente.

Oseias figurou a extensão e a profundidade do amor de Deus, ao passar pelas agruras da traição e contemplar o horrível desmoronamento espiritual, moral e físico da sua esposa, sofrendo mais ainda porque continuava a amá-la. Sua profecia é lembrada no Novo Testamento, pois previu a volta de Jesus do Egito quando menino, a salvação disponibilizada aos gentios e a grande tribulação ainda futura que virá sobre Israel (veja Mateus 2.15 e 9.13; Lucas 23.30; Romanos 9.25-26; Apocalipse 6.16).Mas Deus ainda tem um futuro glorioso para esse povo, quando todo o seu remanescente se salvará e terá um lugar relevante no reino milenar de Cristo, assim cumprindo todo o teor da profecia (Ezequiel 11:17-21, Romanos 9:27).

A maior manifestação do amor de Deus para a humanidade foi quando enviou o seu Filho ao mundo para assumir nossa humanidade, e de se humilhar à condição de servo a fim de dar a sua vida humana na mais cruel das mortes. Assim foi satisfeita a justiça de Deus, permitindo que, mediante o arrependimento e conversão, até o mais vil dos homens seja salvo da perdição eterna à qual estamos todos condenados por causa do nosso pecado herdado e praticado.

O amor de Deus é descrito em Sua Palavra como sendo:

  • Soberano, pois Ele é quem decide a quem deve amar e a ninguém precisa responder pela Sua decisão (Deuteronômio 7:8, 10:15). Para a nossa felicidade Ele nos amou (João 3:16).

  • Imenso, pois estando nós ainda mortos em nossos delitos, Ele pela Sua graça nos vivificou e nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus (Efésios 2:5 a 7).

  • Constante, está em nosso meio para nos salvar (Sofonias 3:17).

  • Atento, nunca nos esquecendo (Isaías 49:14,15).

  • Inalienável, pois nada nos pode separar dele (Romanos 8:39).

  • Constrangedor, atraindo-nos com laços de amor (Oseias 1:4).

  • Eterno e benigno (Jeremias 31:3).

“Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros.” (1 João 4:11)

Assim como irmãos naturais nem sempre se dão bem, às vezes brigam entre si, e não raro se tornam inimigos irreconciliáveis, também acontece que não poucos crentes se deixam levar por sentimentos reprováveis como egoismo, inveja, e outros, e em consequência tratam mal e se afastam dos seus irmãos. 

Para sermos “imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5:1) devemos continuar amando os irmãos de maneira inseparável, constantemente dispostos a perdoar (lembremos a parábola do credor incompassivo – Mateus 18:27 a 35), não permitindo que algo se interponha. Temos uma linda descrição deste amor em 1 Coríntios 13, que todo crente deve memorizar e praticar em sua vida.

Amar assim os irmãos é evidência “que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1 João 3:14).

Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.” (Lucas 6:27, 28).

São palavras do Senhor Jesus, e este é o amor de Deus: assim como o amor de Deus abrange a todos, provamos que realmente somos filhos de Deus ao amar e fazer o bem a todos, mesmo aos nossos inimigos.

É fácil fazer o bem em reciprocidade ao bem recebido, mas não é natural retribuir o mal com o bem. Este é um comportamento estranho, que contraria os impulsos naturais: muitos dirão ser covardia, falta de caráter, “levar desaforo para casa”, etc. Somente o nosso desejo de obedecer à vontade divina, reforçado com o poder do Espírito Santo em nós, é que pode vencer o desejo da carne e os preconceitos do mundo.

A lei dava uma medida de justiça apenas: mas devemos ir além dela e ser perfeitos assim como é perfeito o nosso Pai nos céus. Esta perfeição é produto da maturidade espiritual que permite ao crente imitar a Deus, abençoando a todos sem imparcialidade, amando seus inimigos, orando pelos que o perseguem, falando bem daqueles que o maldizem, etc. (Mateus 5:44-48, ver também Lucas 6:27-35). Este é o caminho do amadurecimento espiritual. É o amor inseparável, divino, manifestado por nós ao mundo incrédulo.

 

R David Jones

Amor entre Igrejas


Por que quanto mais os grupos religiosos da cristandade falam de Cristo, e do amor que Jesus ensinou que devemos ter pelo próximo, mesmo se descrente, mais eles se odeiam?

Essa é a pergunta que um dos nossos leitores nos fez estes dias, sendo esta uma premissa a que chegou, presumimos, baseado em suas próprias observações. Por “grupos religiosos da cristandade”, ele entende as instituições religiosas que se chamam cristãs, com várias denominações, às quais são afiliadas as igrejas em várias localidades.

As instituições religiosas surgiram muito cedo na era cristã, com a união de duas ou mais igrejas locais debaixo de uma cúpula, completamente estranha ao ensino e à experiência das igrejas primitivas. As mais antigas, e ainda hoje muito influentes e poderosas, são as que começaram se chamando “católicas” ou universais: a Romana, e algumas Ortodoxas, de onde saíram, durante a Reforma, muitas outras que foram se multiplicando. Do ponto de vista doutrinário, elas variam muito, desde as apóstatas que são as maiores e substituíram a Palavra de Deus por tradições e dogmas humanos, até as mais dedicadas à evangelização, ao estudo e ao ensino da Bíblia, às quais muito devemos inclusive a própria tradução e distribuição da Bíblia a preços acessíveis por todo o mundo.

 As seitas começavam a aparecer já em Corinto, onde lemos que havia partidarismos dentro da igreja. Para se diferenciar, cada “cisma” ou “partido” tomava o nome de um líder: Paulo, Apolo, Céfas ou mesmo de Cristo! Embora severamente condenadas, estas facções foram permitidas para que os crentes “aprovados” pudessem ser reconhecidos (1 Coríntios 11:19). Em outras palavras, os sectários, tomando uma denominação para os distinguir, afastam-se dos crentes fiéis aos ensinos apostólicos, e estes podem assim ser reconhecidos. Se somos dos que querem estar entre os “aprovados”, este é um dos melhores argumentos a favor de não assumirmos outro nome senão o que originalmente nos foi dado: cristão. Outra característica das seitas é o exclusivismo: só estendem a comunhão aos seus membros e aos que pensam ou se reúnem exatamente como elas. Lamentavelmente, isto acontece também entre algumas igrejas evangélicas, denominacionais ou não, tornando-se fáceis presas dos Diótrefes entre seus membros (3 João 9,10).

Tanto as instituições religiosas como as seitas (que também acabam se institucionalizando), caracterizam-se por ter “regras de fé” próprias, firmando suas doutrinas e práticas que devem ser observadas pelas igrejas a elas submissas. É praticamente impossível resumir todos os ensinamentos da Bíblia em umas tantas “regras de fé”, portanto o que se nota é um destaque daqueles pontos que as caracterizam e as diferenciam entre si. Além do “choque de personalidade” entre os seus líderes, essas “regras de fé” são, provavelmente, a origem da maioria das discórdias, dissenções, inimizades e iras.

A virtude cristã traduzida como amor em nosso idioma não é a mesma afeição natural também chamada amor: é de origem divina e é fruto do Espírito Santo naquele que crê e recebe a Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal. No original grego a distinção é clara pois são palavras diferentes. Para a virtude cristã a palavra grega é agapao usada para:

  • Descrever a atitude de Deus para com o Seu Filho (João 17:26), para com a humanidade em geral (João 3:16, Romanos 5:8), e para com os que crêem no Senhor Jesus Cristo em particular (João 14:21).

  • Indicar a Sua vontade aos Seus filhos com respeito às suas atitudes uns para com os outros (João 13:34) , e para com todas as pessoas (1 Tessalonicenses 3:12; 1 Coríntios 16:14; 2 Pedro 1:7).

  • Expressar a natureza essencial de Deus (1 João 4:8).

Só podemos compreender a virtude cristã pelos seus efeitos, ou seja:

  • o amor de Deus para com a humanidade se revelou pelo dom do Seu Filho (1 João 4:9,10). Obviamente não é o amor de complacência, ou afeição, pois não foi motivado pelos méritos daqueles a quem é dirigido (Romanos 5:8);

  • ela se expressou entre os homens mediante a pessoa do Senhor Jesus Cristo (2 Coríntios 5:14; Efésios 2:4; 3:19; 5:2);

  • ela se expressa no cristão como fruto do Seu Espírito (Gálatas 5:22): tem Deus como primeiro objeto, expressando-se em primeiro lugar pela implícita obediência aos mandamentos de Seu Filho, que são desde o princípio, ou seja, que andemos nesse amor (João 14:15, 21, 23; 15:10; 1 João 2:3-6; 5:3; 2 João 1:6). O egoísmo é a negação da virtude cristã. O amor cristão, seja dirigido aos irmãos ou às pessoas em geral, não é impulsionado por sentimentos, nem sempre acompanha as inclinações naturais, nem se limita às pessoas com quem se descobre alguma afinidade. Ele procura o bem de todos (Romanos 15:2), e não faz o mal a ninguém (Romanos 13:8-10); ele procura oportunidades para fazer “o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gálatas 6:10).

Em suma: resultando da espontânea vontade divina, tendo como única causa o Seu interesse no bem-estar da humanidade totalmente sem merecimento, o amor de Deus produz e dá crescimento a um amor reverente por parte das pessoas para com Ele, e um amor prático para com outros que são co-participantes desse amor divino (não só os que pertencem à sua própria igreja local), e um desejo de ajudar os demais a encontrarem a Deus.

Voltando às instituições ditas cristãs, como é sabido que o amor é a essência da fé cristã, elas não podem deixar de pregar o amor ao próximo. Mas, como também pode acontecer dentro das igrejas independentes, nem todos os que ali se agregam nasceram de novo pelo Espírito, e portanto não participam do amor de Deus. Logo, não conhecem o amor de Deus, apenas o amor humano com todas as suas falhas.

A Bíblia ensina: “... as obras da carne são conhecidas e são: ... idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas ... e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gálatas 5:19-21).

O ímpio, que vive ainda no pecado, pode se associar a uma igreja local, a uma instituição que se chama cristã, mesmo assumir uma posição destacada dentro dela, e falar muito sobre o amor que ele conhece mas sem ter experiência nem condições para praticar o amor divino. Isso vai se revelar pelas obras da carne e pela ausência do “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” que são o fruto do Espírito (Gálatas 5:22,23).

Não nos devemos surpreender com isto. Nos primórdios da igreja, o apóstolo Paulo disse que temia ir à igreja de Corinto e não encontrá-la da forma em que a queria, e que houvesse lá dentro “contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos” e recomendou “examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Coríntios 12:20, 13:5).

O amor divino gerado em nós resulta do amor que temos por Cristo: “Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros” (João 15:17). Como todo o dom espiritual, precisa ser praticado, e temos várias exortações para fazê-lo. A carne, que milita em nós contra o Espírito, procura intervir com argumentos como: diferença de opinião sobre doutrinas e práticas que não estão explícitas na Bíblia, ser de outra congregação, atitudes que não aprovamos, etc. Devemos combater essas tentações da carne, praticando o dom do amor provindo da parte de Deus.

 

EXAMINAI-VOS A VÓS MESMOS SE REALMENTE ESTAIS NA FÉ

 

R David Jones

Amor e Ódio


O Senhor repetidas vezes ordenou aos Seus discípulos que amassem uns aos outros, ou melhor, que continuassem sempre amando uns aos outros, assim como Ele os amou (João 13:34). Todo o crente também é um discípulo Seu e devemos nos amar uns aos outros como Ele nos amou! Não é um amor que vem naturalmente, pois se fosse não haveria necessidade de um mandamento: precisa de esforço, perseverança e vontade de obedecer ao nosso Mestre, e somente pode ser conseguido com o poder do Espírito de Deus.

A obediência ao mandado de Cristo é um requisito prévio ao discipulado e ao serviço: Ele era o Rabino (João 1:38; 13:13) e Senhor (João 13:13) dos Seus discípulos. A vida cristã envolve seguir as instruções de Cristo, a fim de produzir fruto. Ele entregou-Se à morte por nós, provando que é o maior amigo que poderíamos ter. Ele não requer que também nós nos entreguemos todos à morte a fim de provar a nossa amizade por Ele, mas a prova é a obediência que Lhe damos como nosso Senhor, mediante o cumprir dos Seus mandamentos. Abraão foi também chamado um amigo de Deus por causa da sua fé e obediência (Tiago 2:21-23). Há uma intimidade progressiva: servos (João 13:13), amigos (João 15:15) e irmãos (João 20:17).

Somos Seus servos, porque recebemos a Ele como nosso Senhor e Mestre, e Lhe devemos obediência incondicional. Por causa da nossa obediência, Ele nos chama de amigos e, como o Senhor foi buscar Abraão para revelar a ele o Seu plano, porque Abraão era Seu amigo, o Senhor Jesus revelou a nós as coisas de Deus, pois é isso que faz um amigo. Ele nos chama de irmãos porque, num sentido humano, Seu Pai é o nosso Pai (por adoção) e somos co-herdeiros do Seu reino.

Quando, certa noite, os seus discípulos haviam se mostrado ciumentos e briguentos (Lucas 22:24; João 13:5,15), Ele repetiu o mandamento que amassem uns aos outros pela terceira vez. Esse deve ser o relacionamento entre crentes.

Quanto ao relacionamento com o mundo, um crente em Jesus Cristo será odiado (ou não será amado) pelo mundo, assim como foram os discípulos. A popularidade de um crente, ou sua falta, pode ser uma indicação da maneira em que ele está representando Cristo no mundo. Nenhum crente tem o direito de ser mais popular do que foi o Senhor Jesus, por isso devemos simplesmente transmitir a mensagem do Evangelho e vigiar para não tomar uma posição comprometedora para sermos mais benquistos.

O mundo não vai apreciar um seguidor do Senhor Jesus, e isto não quer dizer agir de forma excêntrica ou super piedosa: a própria existência dos crentes é uma censura ao mundo pecaminoso (João 7:7; 17:14; 1João 3:13). Mesmo em igrejas locais existe gente que realmente não nasceu de novo, e não vai apreciar o pregador se ele é fiel à Palavra de Deus. Tomemos cuidado com os que são bem vistos pelo mundo. O mundo não conhece o Pai, nem quer que seus pecados sejam expostos. O Senhor Jesus revela o mal, como uma luz acendida onde havia escuridão, e o mundo detesta aquele que acende a luz.

O mundo não se opõe tanto à idéia da existência de Deus, um Ser pouco conhecido lá fora. Ele odeia a Cristo, e quando alguém O odeia, odeia também a Deus, o Pai. Se apenas dizemos que cremos em Deus, isso não influirá muito na nossa popularidade, mas a prova real virá com o nosso relacionamento e atitude para com Jesus Cristo e o nosso testemunho a respeito dEle. Ou seja, não podemos ser benquistos e ao mesmo tempo crer no Senhor Jesus Cristo, porque Ele é odiado pelo mundo.

O mundo e o clero (Sinédrio) tinham se unido numa atitude de hostilidade contra Cristo e, na realidade, contra Deus, portanto pecavam porque o Senhor Jesus não só havia vindo e falado com eles, mas também fizera entre eles as obras que ninguém mais podia fazer, provando que Ele era o Messias. O Senhor Jesus identificou essa hostilidade com o cumprimento dos Salmos 35:19 e 69:4 quando disse que eles O odiavam sem causa. Eles O odiavam porque tinham criado em suas mentes um deus falso que não era o Deus das Escrituras. Alguém disse “Deus criou o homem à Sua imagem e agora o homem está criando um deus à sua imagem”. Esse é o tipo de deus que o mundo quer hoje e o tipo de deus que ele acha que está controlando o universo.

O Senhor Jesus se referiu outra vez ao Espírito Santo, que procede dEle e do Pai, como o Auxiliador. Ele é o Espírito da Verdade, e a Sua missão é testemunhar de Cristo como também é a nossa. O Senhor disse aos discípulos que eles deveriam ser testemunhas dEle porque tinham estado com Ele desde o início: esse foi o motivo porque foram chamados por Ele para serem Seus apóstolos, no início do Seu ministério (Lucas 6:13). O Evangelho de João é o testemunho dado por esse apóstolo, e ele só poderia ser dado por alguém, como ele, que tivesse estado com o Senhor Jesus desde o início. O Espírito Santo ainda dá testemunho sobre Cristo, e Ele nos torna o Senhor Jesus real para nós. Uma maneira segura de saber se o Espírito de Deus está trabalhando é verificar se Cristo está sendo glorificado.

O Senhor não queria que os apóstolos se perturbassem com o que ia acontecer com eles. Os fundadores de organizações, especialmente de religiões, procuram apresentar um futuro brilhante para os seus empreendimentos. O método do mundo é exagerar os benefícios e abafar as privações, desvantagens e sacrifícios que virão. Com o nosso Senhor é diferente! Um pouco antes (João 14) Ele havia dito aos Seus discípulos que Ele ia preparar um lugar para eles e que os receberia para Si mesmo, mas agora Ele esclareceu bem que eles seriam condenados ao ostracismo pela sua sociedade - expulsão das sinagogas os tornariam marginais na Judéia. A injustiça de que seriam vítimas seria tal que o povo pensaria que matá-los seria prestar um serviço a Deus! Isso iria acontecer porque os líderes religiosos e os que os acompanhavam não tinham conhecido o Pai nem identificado o Senhor Jesus como sendo o Messias.

Da mesma maneira, se formos segui-Lo devemos negar-nos a nós mesmos, tomar a nossa cruz (não a dEle) de inimizade e perseguição. Se sofrermos com Ele agora, reinaremos com Ele quando Ele estabelecer o Seu reino. Ele disse que os Seus seguidores estariam no mundo, mas não eram do mundo, e que o mundo os odiaria. Ele nunca disse que eles passariam bem, ou que converteriam o mundo.

Muitos procuram popularizar a “religião” cristã, usando toda a espécie de expedientes. Eles dizem: “temos que fazer isto para ganhar o mundo”. Quem lhes disse que iam ganhar o mundo? Se nos mantivermos firmes na Palavra de Deus, vamos descobrir que mundo não nos ama, e vamos passar pelo ódio que Cristo passou. O mundo detesta a Palavra de Deus porque, como nos tempos dos apóstolos, ele não conhece a Deus e rejeita ao Senhor Jesus como Seu Filho.

O Senhor Jesus estava deixando os Seus discípulos saber o que estava para vir e os estava treinando para que estivessem preparados. O Senhor sempre nos treina e prepara para o que está para vir. Se quisermos servir bem, estejamos avisados das aflições que estão por vir e preparados para enfrentá-las.

 

R David Jones

AMOR E COMUNHÃO


O amor da espécie divina não se acha na natureza, mas no Calvário. O amor da espécie humana retribui amor, mas o amor divino toma a iniciativa. Deus demonstrou o Seu amor por nós ao morrer Cristo em nosso favor quando ainda éramos pecadores (Rm.5:8), a fim de nos dar vida mediante a Sua morte, e esta é a prova do Seu amor. Esse é o tipo de amor a ser revelado em nós, se formos Seus filhos.

Os crentes devem amar uns aos outros com a mesma espécie de amor com que Deus nos ama: não é atração física, nem amor sentimental ou social. É sobrenatural, tornado real apenas pelo Espírito de Deus, e só Ele nos habilita a estender esse amor aos outros irmãos. Não é a espécie de amor que temos para com amigos com quem gostamos de conviver. Existem alguns irmãos pouco amáveis do ponto de vista humano, mas apesar disso, o amor de Deus em nós nos impelirá a preocuparmos com o seu bem-estar.

Quanto ao pecador perdido, o amor cristão nos conduz a orar para que ele venha ao pleno conhecimento do Evangelho do Senhor Jesus, e levar ou providenciar para que seja levado o Evangelho até ele.

O amor cristão é a imagem refletida do amor de Deus por nós. A perseverança em amar é a prova de que uma pessoa é nascida de Deus e conhece a Deus. Caso contrário, a simples afirmativa de que se ama a Deus, acompanhada da falta de amor para com um irmão, é uma mentira (1Jo.2:9-11). A razão é que o amor procede de Deus.

Quando encontramos uma pessoa que se diz crente, e percebemos que ele nos ama e ama outros crentes, então podemos concluir que ele é um filho de Deus nascido de novo. Por outro lado, uma pessoa que não mostra amor por nós e por outros crentes nunca veio a conhecer o amor de Deus, porque Deus é amor.

O amor de Deus foi manifestado em nós (1Jo.4:9 - não “entre nós” ou “para conosco” como em algumas traduções): porque Ele mandou Seu unigênito Filho, para que pudéssemos viver por meio dele; Jesus Cristo é a vida (Jo.14:6), e Ele vive em nós (Gl.2:20). Esta vida começa quando nós O recebemos como nosso Senhor e Salvador.

A comunhão no sentido de ter algo em comum, participar de uma sociedade ou de um relacionamento mútuo, é descrita da seguinte forma nas Escrituras:·

  • COM DEUS - Consiste no conhecimento da Sua vontade (Jó 22:21-26; Jo.17:3); em estar de acordo com os Seus desígnios (Am.3:3); em permanecer em Cristo (Jo.15:4-7); em estar no Espírito (Rm.8:9); na existência de afeição mútua (Rm.8:38,39); no gozo da Sua presença (Sl.4:6); na conformidade com a Sua imagem (1Jo.1:6; 2:6); e na participação com a Sua alegria e a Sua plenitude (1Jo.1:3,4; Ef.3:14-21).

  • DOS SANTOS, UNS COM OS OUTROS - Em deveres (Rm.12:5-8; 1Co.12; 1Ts.5:12-22; Rm.10:24; Hb.13:16); em ordenanças e adoração (Sl.55:14, 119:63; Mt.18:20; At.2:46; Hb.10:25); em graça, amor, alegria, etc. (Ml.3:16; Rm.12:15; 2Co.8:4); em interesses mútuos, espirituais e temporais (Rm.12:13; Hb.13:16); em disposição mental e em parecer (1Co.1:10); em sofrimentos e apoio aos fracos (Rm.12:15, 15:1,2; Gl.6:1,2,10; 1Ts.5:11); e na glória (Ap.4:10,11). Viver em comunhão com Deus, Pai e Filho, significa andar na luz da Palavra de Deus (1Jo.1:7). Não é andar “de acordo” com a luz, o importante é onde andamos, não como andamos. Temos que vir à presença de Deus e permitir que a Sua Palavra brilhe sobre nosso caminho. É possível andar na escuridão do pecado, e ainda pensar que estamos bem porque estamos preenchendo nossas obrigações e mandamentos “religiosos” conforme nós os entendemos.

O pecado interrompe a comunhão do crente com o Pai e o Filho: o crente não perde a salvação, mas a sua comunhão só é restabelecida quando o pecado for lavado. É necessário permitir que a luz da Palavra de Deus revele nosso pecado; o arrependimento e a confissão a Deus restaurarão a comunhão.

Ninguém pode ter comunhão com o povo de Deus se não a tiver primeiro com Deus, em Cristo, e para isso é preciso que esteja andando na luz com Deus. Por outro lado, se andamos na luz, temos comunhão uns com os outros: isto significa que nos reunimos uns com os outros e participamos uns com os outros daquilo que é de Cristo. Falamos juntos sobre o Senhor Jesus Cristo e a Sua Palavra. Este é o tipo de comunhão que surge quando ouvimos e cremos no testemunho da Bíblia, e é uma comunhão impossível de ter com os incrédulos. Nossa alegria se torna completa quando temos comunhão uns com os outros, como conseqüência de termos comunhão com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.

A terceira carta de João contrasta duas atitudes opostas com relação aos “estrangeiros”, ou seja, os crentes que vinham de outra localidade: a hospitalidade e a presunção. A pessoa a quem foi dirigida a carta, Gaio, fielmente praticava o amor para com os irmãos, mesmo quando eram de fora, acolhendo-os e suprindo as suas necessidades, tinha comunhão com eles. Em contraste, um certo Diótrefes exercia a primazia sobre a igreja local, como alguns mesmo hoje, exigia que tudo fosse feito como ele queria e não admitia nada do que não gostasse.

A opinião de Diótrefes era sempre certa no seu pensar, não agüentava oposição, nem conhecia mansidão ou modéstia. Era tão presunçoso que não dava acolhida ao próprio apóstolo João, falando maliciosamente contra ele, recusava acolher os que vinham de fora, impedia os que queriam recebê-los e os expulsava da igreja. João o coloca entre os que jamais viram a Deus, pois praticava o mal ao não estender a comunhão aos crentes de fora.

O amor e a comunhão deveriam ser as características principais das reuniões da igreja, prevalecendo sempre sobre algumas formas de legalismo que são nelas introduzidas e ali permanecem como se fossem mandamentos divinos. Sem dúvida a reunião que se faz mais restrita por causa dessa interferência é aquela em que se celebra a Ceia do Senhor.

Essa reunião deveria estar aberta para a plena direção do Espírito Santo sobre os crentes ali presentes, obedientes às instruções dadas em Sua Palavra apenas (1Co.14:26-40, etc.). Cada participante deve examinar a si mesmo, antes de participar dos elementos (1Co.11:28). Vemos, no entanto, várias restrições sendo impostas pelos que estão na direção da igreja, agindo como pequenos Diótrefes da localidade. Eles darão contas do seu procedimento a Deus.

Embora todos os discípulos de Cristo sejam convidados para participar da sua Ceia, usualmente outras pessoas, que ainda não O confessaram como Senhor e nem foram batizadas em Seu nome, também estão presentes como visitantes. Não é deles ainda o privilégio de participar da adoração ou dos elementos, mas a morte do Senhor é anunciada a eles dessa forma, sendo integrante da mensagem do Evangelho. Embora não tendo comunhão, devemos estender a eles o nosso amor cristão a fim de que cheguem ao pleno conhecimento da Verdade e se convertam.

Por vezes é inevitável que esses que costumeiramente estão presentes à Ceia participem dos cânticos, até mesmo pedindo que seja entoado um determinado hino, apesar de não orarem audivelmente nem participarem dos símbolos. Quando isso ocorre, caberá à liderança local tomar a decisão que convém para que não haja suscetibilidades entre os participantes da Ceia que possam afetar a boa comunhão exigida para essa tão importante reunião, pois isso poderá gerar descortesia por parte de alguns membros para com essas pessoas que, como já dissemos, será uma demonstração de falta de amor cristão. A omissão por parte da liderança será a pior das decisões, tendo em vista que a falta de amor ou a quebra da comunhão na Ceia do Senhor são coisas intoleráveis.

 

R David Jones

ALGUNS ASPECTOS DA REPRODUÇÃO HUMANA


Sendo o homem composto de corpo, alma e espírito, teria Deus dado ao homem a habilidade de gerar filhos também compostos de corpo, alma e espírito, ou é necessária nova interveniência de Deus em cada caso?

Deus tem usado quatro métodos para criar o ser humano:

  1. Criação direta usando matéria sem vida: “formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7).

  2. Criação direta a partir de um pedaço de tecido humano vivo: “da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher” (Gênesis 2:22).

  3. Criação direta de um ovo dentro de uma mulher: “Maria … Achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mateus 1:18).

  4. Criação indireta mediante a reprodução humana, em obediência ao Seu comando: “E disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança’; … E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra…” (Gênesis 1:26-28).

Quero realçar este último versículo, pois nos diz que o ser humano, em forma de macho e fêmea, é o produto da criação direta de Deus, não descendendo ou “evoluindo” de qualquer espécie de animal; e que o primeiro casal foi abençoado por Deus e ordenado que frutificasse e se multiplicasse. Este mandamento foi repetido a Noé e seus filhos (Gênesis 9:1), sendo o casamento entre um homem e uma mulher um precedente necessário para a legitimização da sua reprodução (p.ex. Jeremias 29:6).

A reprodução natural humana é portanto suficiente para a geração de novos indivíduos iguais aos seus progenitores: não requer a interveniência de Deus. Ela obedece à lei natural que Deus estabeleceu para a multiplicação de todos os seres vivos na terra, tanto vegetais como animais (com raras exceções): dois indivíduos da mesma espécie, macho e fêmea, contribuem com elementos do seu corpo para formarem uma “semente”, que após passar por diferentes fases de desenvolvimento termina ficando igual aos seus progenitores em sua fase adulta (veja Gênesis 6:19, 7:3 e 9), com elementos de cada um. No caso do ser humano, o novo indivíduo, como os pais, tem corpo, alma e espírito: se assim não fosse, a reprodução seria incompleta.

Nosso interlocutor nos esclareceu que a sua pergunta foi motivada pelo fato que os cientistas estão avançando em seus estudos e experiências em embriologia, chegando agora a fertilizar óvulos humanos em proveta e a produzir embriões para fins medicinais, o que envolve a destruição de muitos deles. Não estariam cometendo pecado, por exemplo, de homicídio? O ovo humano seria equivalente a um ser humano?

Existem grandes diferenças entre um ovo, ou embrião, e um homem adulto. São comparáveis às que existem entre uma semente e uma árvore frutífera que lhe deu origem: uma semente tem dentro de si vida e o potencial para se desenvolver e crescer até transformar-se em uma árvore. Mas não tem todas as características de uma árvore, apenas a possibilidade de um dia chegar até lá, desde que existam as condições favoráveis a esse desfecho.

Os ovos, embriões e fetos humanos são imaturos e dependem inteiramente de sua mãe para sua nutrição e sobrevivência. Até pouco tempo atrás os fetos imaturos que eram abortados invariavelmente morriam, mas hoje a técnica avançada em alguns países permite dar alimento e respiração artificial para os que já tenham um bom grau de desenvolvimento, até que se tornem completamente independentes.

O homicídio é, por definição, a destruição da vida de um ser humano. Legalmente uma pessoa só existe e tem uma identidade como ser humano depois do seu nascimento. Na Bíblia também encontramos este princípio, por exemplo: “Disse-lhe também o Anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e terás um filho, e chamarás o seu nome Ismael, porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.” (Gênesis 16:11).

Em alguns casos revelados na Bíblia, Deus tem identificado pessoas antes do seu nascimento. O caso mais famoso é de João Batista, que esteve cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe (Lucas 1:15, 41); para Rebeca o SENHOR disse que havia duas nações lutando dentro do seu ventre, prevendo a sua posteridade (Gênesis 25:23); Sansão foi feito “nazireu” de Deus antes de nascer (Juízes 13:5); Davi disse que o SENHOR o havia sustentado desde o ventre materno (Salmo 22:10); o SENHOR disse a Jeremias “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta.” (Jeremias 1:5); Paulo disse que desde o ventre de sua mãe Deus o separou e o chamou pela Sua graça (Gálatas 1:15). Mas segundo nos consta, todos só receberam o seu nome depois de nascer.

Por estes exemplos vemos que Deus tem acompanhado a vida de pessoas antes do seu nascimento. Toda a gravidez procedente de um matrimônio, a partir da concepção, merece o maior respeito porque obedece à vontade de Deus. Algumas terminam de maneira espontânea por causas naturais, fora do controle humano, geralmente para tristeza dos seus pais. Outras são terminadas artificialmente, por motivos considerados legal e clinicamente justos em alguns países, por exemplo: grave deficiência genética, alto risco para a vida da mãe, gravidez originada por estupro. Deus saberá julgar a justiça do ato.

Não há justificativa, porém, para o aborto provocado simplesmente por ser uma gravidez não programada ou desejada, na grande maioria das vezes decorrente de imoralidade sexual, quando o ato sexual não é feito entre cônjuges. A Bíblia nos conta, por exemplo, como o povo de Israel foi livrado dos amonitas por Jefté, o filho de uma prostituta, sobre quem veio o Espírito do Senhor (Juízes 11 a 12:7).

Quanto aos bebês especialmente gerados em laboratório a fim de dar saúde a crianças ameaçadas de morte por doenças congênitas, o fim parece ser nobre. Mas a fecundação de um óvulo feita artificialmente foge ao sistema introduzido por Deus, e traz grandes problemas.

Um deles é o fato que nem sempre são usadas as próprias células de dois cônjuges, resultando efetivamente em filhos bastardos, fora do casamento, com pais naturais desconhecidos; outra é a geração de ovos e embriões excedentes que acabam sendo destruídos por não atenderem aos requisitos de uma pesquisa ou de um processo medicinal como esse.

Sem entrar mais a fundo na ciência da genética, parece-me que o homem está perigosamente interferindo no âmago da reprodução humana. Seria esta a vontade de Deus? O homem foi criado perfeito, as imperfeições genéticas decorrem da degeneração humana que lhe veio com o pecado. O homem procura corrigi-las manipulando células vivas, em desacordo com as leis naturais que Deus estabeleceu. As conseqüências poderão ser ainda mais graves do que as que vemos hoje.

 

R David Jones

A JUSTIÇA DE DEUS


O último livro do Velho Testamento é chamado Malaquias, palavra hebraica que no original se traduz "Meu Mensageiro", e foi escrito por um profeta uns quinhentos anos antes de Cristo.

 Nada mais se sabe sobre o autor, mas existem nada menos que seis referências a esse livro no Novo Testamento, cinco das quais feitas pelo Senhor Jesus, embora o nome não seja mencionado (Mateus 11:10;17:12; Marcos 1:2; 9:11, 12; Lucas 1:17; Romanos 9:13).

Tem a distinção de ser a última oportunidade em que o SENHOR apela ao povo de Israel para que se voltem para Ele, deixando os seus maus caminhos, purificando-se do pecado e adorando-O em sinceridade de coração. O retrato do povo escolhido de Deus naquele tempo é triste, indicando que havia necessidade de grandes reformas para preparar o caminho para a chegada do Messias.

Não houve mais profetas até João Batista, que surgiu pelo menos quatro séculos depois.

A profecia consiste em uma série de perguntas da parte do povo, e respostas dadas pelo SENHOR, aqui chamado o SENHOR dos Exércitos. Neste artigo vamos focalizar em uma só:

"Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos?"

E a resposta:

"Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?" (Malaquias 2:17)

Esta tradução sugere que se tratava de pensamentos que levavam a atitudes, mas é ainda mais do que isto: esses pensamentos também eram expressos em palavras, contaminando outros. O SENHOR se enfada com isso, em outras palavras, não era novidade para Ele pois esses pensamentos sempre existiram e existirão na mente daqueles que não temem a Deus, e Deus se cansa de explicar a Sua justiça aos homens.

primeiro pensamento é que "qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada". Será que eles realmente acreditavam nisso, ou apenas o diziam sarcasticamente?

Seja como for, estavam difamando o caráter de Deus. No princípio Ele dissera a Caim "Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (Gênesis 4:7) .

Quando Deus preparou o povo de Israel para Si, Ele lhe deu a Sua lei para que o povo pudesse eliminar o mal do seu meio, com sanções aos infratores e sacrifícios pelo pecado. Moisés declarou ao povo de Israel: "Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento..." (Deuteronômio 30:15). O bem está identificado com vida, assim como o mal com morte como lemos em Provérbios 11:19 "Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz."

Em seu empenho de encher os bancos dos seus templos, muitos hoje estão pregando um Deus de amor apenas, não levando em conta que Ele também é um Deus de justiça e retidão. João 3:16 nos ensina que "Deus amou ao mundo", e realmente o seu amor à Sua criação foi imenso mas certamente não amou o pecado que a envolvia. A fim de redimi-la Ele "deu o seu Filho unigênito" para morrer "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Quem crê em Jesus Cristo e O recebe como seu Senhor e Salvador tem a vida eterna: gozará da comunhão com Deus por toda a eternidade, que lhe é oferecida gratuitamente e nunca lhe será tirada. Os que O rejeitam "perecerão", como uma fruta apodrecida perde a sua utilidade e é lançada no lixo: é a morte eterna, pois estarão cônscios da sua existência, longe da presença de Deus, para sempre. Deus certamente não se agrada destes.

segundo pensamento está expresso na pergunta: "Onde está o Deus do juízo?"

É uma pergunta que vem através dos tempos, muitas vezes mediante a forma de um desafio. Homens maus alcançam prosperidade e parecem não ter tantos problemas ou conflitos como aqueles que procuram servir a Deus.

Quando se põe dúvida na justiça de Deus, os padrões de moralidade rapidamente caem para um nível de "nova moralidade". "Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal." (Eclesiastes 8:11). Parece que o mal paga bem.

A maioria considera que, se não for apanhado, o crime compensa e cada um procura escapar com o mais que puder. Vemos isso nos governos, nas grandes empresas, haja vista os escândalos recentes. É a atitude da sociedade em geral. O homem honesto é pisoteado e ninguém se incomoda com isso.

O salmista Asafe diz no Salmo 73, "eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos. Para eles não há preocupações, o seu corpo é sadio e nédio. Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens. Daí, a soberba que os cinge como um colar, e a violência que os envolve como manto... e o seu povo se volta para eles e os tem por fonte de que bebe a largos sorvos. E diz: Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?"

Asafe teve a resposta quando entrou no santuário de Deus e atinou com o fim deles. O juízo de Deus é inevitável, mas "Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento." (2 Pedro 3:9). Deus dá oportunidade para o arrependimento, conversão e uma vida nova em comunhão com Ele.

O tempo vai passando e cada um de nós chegará um dia à eternidade - esse é o "fim" de cada um de nós e vai durar para sempre. Os ímpios podem construir hoje uma "nova moralidade" e acumular quanta riqueza puderem, mas terão que deixar tudo e enfrentar o Juiz amanhã.

Tomemos cuidado para não nos colocarmos como juizes com respeito à aparente falta de intervenção de Deus em nossa sociedade contemporânea. Qualquer pessoa que conheça a Palavra de Deus sabe que é um pecador e que existe um Deus de justiça. O seu juízo não vem imediatamente, mas é certo e infalível. Todos passarão por ele a não ser aqueles que tiverem sido justificados pela graça mediante a fé em Cristo Jesus.


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