APRESENTAÇÃO

OLA SOU ELIANE RAMOS, APÓSTOLA DA IALJAN E QUERO APRESENTAR MEU TRABALHO

APRESENTAÇÃO

NO AR DESDE 31 DE JANEIRO DE 2014


Email

pastoraelianefcr@gmail.com

FALE COM A PASTORA QUI

CONTINUE VISITANDO

OFERTE NOSSO MINISTÉRIO ATRAVÉS DO PIX - Pix 24988025646 (C/P) ou Pix 00673622738 (C/C)


ABENÇOE NOSSO MINISTÉRIO. SEMEM COM AMOR

Se voce deseja abençoar esse ministério fique a vontade - PIX 24988025646 ou fale conosco pelo e-mail - levandojesusiljan@gmail.com ou faça uma oferta de amor no pix EMAIL OU TELEFONE CITADO

Pix 24988025646 (C/P) ou Pix 00673622738 (C/C)

QUE DEUS RECOMPENSE E MULTIPLIQUE EM SEU CELEIRO EM NOME DE JESUS.

NOSSA PAGINA FECEKOOK OFICIAL

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

A CURA DIVINA


Desde o Seu batismo até a crucificação, Jesus Cristo fez muitas curas no meio das multidões que O rodeavam; e o apóstolo Pedro resume essa vida maravilhosa dizendo: "
Jesus andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele" (Atos 10:38). Depois da ascensão de Jesus, os apóstolos e outros discípulos fizeram em Seu nome semelhantes curas e maravilhas. Pedro e Paulo curaram doentes e ressuscitaram mortos (Atos 3:7; 9:34,40; 1·t10; 19:11-12; 20:10; 28:8-9), Estêvão fez "prodígios e grandes sinais" em Jerusalém, e Filipe, o evangelista, fez "sinais" e curas em Samaria. Entre os dons espirituais dados à Igreja vemos "os dons de curar" (1 Cor. 12:9-10), porém estes dons não foram dados a todo crente (vv. 29-30), e nunca aos incrédulos.

As curas feitas por Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos, eram "sinais" dados ao povo judaico para que O recebesse como o Messias, o Salvador divino que Deus lhes prometera no Velho Testamento (João 12:37); e os milagres contados no Livro dos Atos, depois da ascensão de Jesus, eram também "sinais" para convencer o povo da Sua ressurreição e exaltação para ser o Salvador do mundo (Marcos 16:17-18; Atos 3:15-16; 4:15-16; 4:10-12; Hebreus 2:3-4).

É interessante notar que poucos cristãos foram curados milagrosamente, conforme lemos nos Atos. No capítulo 9 Dorcas foi ressuscitada por Pedro, e Enéias foi curado da paralisia (esta cura foi tão excepcional que se tornou o meio da conversão de duas cidades). Podemos também entender que Êutico, ressuscitado por Paulo (Atos 20:10), era discípulo. Além destes três, não há mais exemplos de crentes curados milagrosamente. Porém, lemos de cristãos doentes - Timóteo, Epafrodito, Trófimo - mas Paulo, que tinha o dom de curar, não o exerceu para restaurar aqueles três servos de Deus; pelo contrário, ele recomendou a Timóteo que usasse um pouco de vinho por causa do seu estômago e das suas freqüentes enfermidades (I Timóteo 5:23); diz que deixou a Trófimo doente em Mileto (2 Timóteo 4:20), e não há nada para indicar que Epafrodito, "doente quase à morte", fosse curado milagrosamente (Fil. 2:27).

Outro ponto interessante é que Cristo e os discípulos curavam todas as enfermidades, sem exceção alguma. Nenhum doente ficou decepcionado, nenhuma doença foi difícil demais para ser curada. Lepra, paralisia, epilepsia, cegueira, atrofia, hemorragia - doenças orgânicas, hereditárias, crônicas - curavam-nas todas. "Ele curou todas as enfermidades e moléstias entre o povo" (Mat. 9:35): "ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, pondo as mãos sobre cada um deles, os curava" (Lucas 4:40); e "vieram ter com Paulo os demais que na ilha tinham enfermidades, e sararam" (Atos 28:9).

As curas divinas eram todas instantâneas e perfeitas. Jesus Cristo não curava parcial nem demoradamente. Os doentes não voltavam para casa sentindo-se "um pouco melhor", mas - "logo o homem ficou são" (João 5:9); "ela, levantando-se imediatamente, os serviu" (Lucas 4:39); etc. Jesus falava a palavra, às vezes punha a mão sobre os doentes, e imediatamente eram curados, perfeitamente e permanentemente. Mesmo a demora em João 9:6-7 seria de poucos minutos. Vemos as mesmas características nas curas feitas pelos discípulos no Livro dos Atos.

Nem o Senhor Jesus nem os apóstolos exigiam a fé da parte dos que vinham para ser curados. É verdade que louvavam e animavam a fé naqueles que a tinham, porém não a consideravam como condição essencial à cura. Jesus curou "grandes multidões" tanto na Galiléia como nos confins da Judéia além do Jordão (Mat. 12:15; 19:2), e não se pode supor que cada pessoa em tais multidões tivesse fé. Onde estaria a fé do endemoninhado em Mat. 12:22, ou do paralítico em João 5:5-8, ou do coxo em Atos 3:5-7? Não era a fé, mas sim a necessidade, que motivava as curas de Jesus e dos apóstolos "Ele sarava os que necessitavam de cura" (Lucas 9:11). Muitos foram curados sem pedirem nem esperarem a cura!

Todavia, a fé era essencial àqueles que faziam as curas. Em Mat. 17:16 os apóstolos não puderam expulsar o demônio, por causa da "pouca fé" deles, e sua falta de oração e jejum (20-21). Os "dons espirituais" foram dados unicamente aos crentes, conforme a vontade do Espírito Santo, e "os melhores dons" tinham que ser "procurados com zelo" (1 Cor. 12:11, 28-31).

Com respeito à cura divina, muitas vezes se cita Tiago 5:14-16; porém este trecho não diz que a cura será milagrosa. A "oração da fé" (v. 15) é da parte dos presbíteros, e o Senhor levantará o doente, perdoando-lhe os seus pecados se a doença foi causada por eles. A unção (v. 14) pode indicar remédios, e não uma mera cerimônia, porém isso é duvidoso.

Assim vemos que Deus cura por vários métodos. Ele pode curar milagrosamente, por meio de crentes que têm um dom de curar; ou pode curar diretamente, sem curador nem remédios, em resposta às orações do doente ou de outros. Também Ele pode curar por meio de remédios - o Seu modo mais comum em todos os tempos; não é pecado nem falta de fé usar remédios (Isaias 38:21; Lucas 10:34; 1 Timóteo 5:23; Colossenses 4:14). Entretanto, acontece muitas vezes que, apesar de oração, fé e santidade da parte do doente (e dos seus irmãos), não apraz a Deus curá-lo. O cristão não tem direito de reclamar a perfeita saúde (como alguns ensinam) nem de ser curado, e a doença não é necessariamente o fruto do seu pecado.

Ora, há muitos pregadores hoje em dia que pretendem fazer as mesmas curas divinas e apostólicas que vemos na Bíblia; atraem muitos doentes desejosos de serem curados "como Jesus curava"; e alguns ficam, de fato, curados. Mas, será que os tais curadores fazem realmente "curas divinas" (no sentido de serem milagrosas, além do poder dos remédios humanos)? "Examinemos tudo, retendo o bem" (1 Tessalonicenses. 5:21). Não devíamos condenar o que não entendemos, nem tão pouco aceitar tudo o que se faz em nome do Senhor.

Curas e milagres são feitos hoje por espíritas, budistas, padres e "santos" católicos também par adeptos da assim-chamada "ciência cristã", e por pregadores de diversas seitas evangélicas. Parece claro que as curas feitas por religiões anti-cristãs (espiritismo, budismo, catolicismo, "ciência cristã) não podem ser de origem divina; a auto-sugestão, provocada no doente pela sua "fé" em qualquer pessoa ou objeto, conforme a religião do "curador", explica a maior parte de tais curas. Há neurologistas que fazem semelhantes curas - porém não as ligam com a religião. Se, no ambiente daquelas religiões anti-cristãs, há curas realmente milagrosas, não devidas à auto-sugestão, a sua origem não pode ser divina.

Qual deve ser a atitude do cristão para com as "curas divinas" feitas por pregadores evangélicos? A maior parte destes - mas não todos - pertencem a vários ramos do "pentecostalismo", e não se pode duvidar que muitos deles são verdadeiros crentes em Cristo. As suas curas podem ser avaliadas comparando-as com aquelas de Jesus e dos apóstolos. Curam a todos que pedem? Curam toda espécie de doença, funcional ou orgânica? Curam sem exigir a fé da parte do doente? As curas são instantâneas, perfeitas e permanentes? … Creio que a resposta a todas estas perguntas tem que ser "não"; seria melhor, então, se deixassem de afirmar que "curam como Jesus e os apóstolos curavam", pois não é verdade.

Há outros, todavia, que com maior modéstia dizem que têm "o dom de curar", semelhante ao que foi dado pelo Espírito às igrejas primitivas. A Bíblia fala em "dons - não dom - de curar", indicando uma variedade de manifestações dessa graça, e não podemos negar que através dos séculos houve crentes, em muitos lugares e pertencendo a diversas seitas, que tinham o poder de curar doentes, na falta de médicos ou remédios. "O Espírito reparte a cada um como quer"- e o cristão que recebe este (ou qualquer outro) dom, vai praticá-lo onde há necessidade, com modéstia, sem barulho e sem o intuito de atrair adeptos para a congregação a que ele pertence.

Não sejamos fanáticos, nem crédulos, nem seguidores de toda maravilha. Se um "curador divino", conhecido como cristão verdadeiro, pode realmente nos curar, deixemo-lo curar-nos (os remédios são bem caros hoje em dia!) - mas não abandonemos a nossa congregação por causa dele.

A CEIA DO SENHOR E INSTRUMENTOS MUSICAIS


Qual o motivo de, na ceia do Senhor, os louvores serem cantados sem acompanhamento instrumental? É bíblico isto ou é apenas tradição ou "gosto" dos irmãos mais antigos?

Evidentemente quem nos fez esta pergunta constatou, entre as igrejas que conhece, que não é usado acompanhamento musical na Ceia do Senhor e vem nos perguntar a razão por quê.

A resposta deveria ser obtida dos irmãos responsáveis por essas igrejas, que devem ter motivos especiais para isso. Ao contrário do tabernáculo e mais tarde templo do povo de Israel, onde os rituais, vestiduras e objetos deviam seguir escrupulosamente às instruções minuciosas dadas pelo SENHOR através de Moisés, não temos um mandamento definindo como as reuniões da igreja devam ser conduzidas, com todos os detalhes.

Temos pouco mais do que instruções sobre a atitude dos participantes e o seu relacionamento e conduta entre si. Não se encontra sequer uma instrução sobre o uso de instrumentos musicais em reuniões da igreja, seja a favor, ou contra, no Novo Testamento.

Já no Velho Testamento temos muitas exortações para louvar ao SENHOR com vários instrumentos de música. Também lemos sobre o uso de instrumentos musicais no céu, pelos vinte e quatro anciãos (representantes da igreja) - Apocalipse 5:8 - e são mencionados, em outro contexto, em 1 Coríntios 14:7.

A reunião da Ceia do Senhor é, ou devia ser, a reunião principal dos membros da igreja. A razão é que nela lembramos e anunciamos aos presentes a morte de nosso Salvador para a remissão dos nossos pecados, sem a qual não poderíamos ter comunhão com Deus. Nela comemos pão e bebemos do cálice que simbolizam fisicamente o Seu corpo e o Seu sangue.

Durante essa reunião devemos permitir que o Espírito Santo nos leve à adoração, seja ela silenciosa, ou audível através de orações dos irmãos, ou cantada por alguns ou todos os irmãos e irmãs presentes.

Muitos irmãos optam pela absoluta simplicidade nessa reunião, nada fazendo que não seja explicitamente mencionado na Bíblia como sendo praticado pela igreja primitiva. O Novo Testamento mantém silêncio sobre o uso de instrumentos musicais na igreja primitiva e isto é tomado como sendo indicação de que não devemos usá-los.

Outras das principais razões dadas para não se usar qualquer instrumento musical são as seguintes:

  1. O uso de instrumento musical perturba a meditação na mensagem do hino.

  2. O instrumentista terá sua atenção desviada para o instrumento ao invés de participar, com os outros, da adoração em espírito.

  3. As palavras do hino é que são importantes. A música é apenas um meio de unir todas as vozes, seja em uníssono ou harmonia. O instrumento musical é desnecessário e nada tem de espiritual.

Por outro lado, lembro-me de uma igreja que freqüentei com minha esposa em Quilmes, perto de Buenos Aires, Argentina, anos atrás, onde a organista acompanhava os hinos na Ceia do Senhor. Um dos seus anciãos nos explicou: “no princípio não usávamos o órgão, mas tivemos dificuldades porque nem sempre acertávamos a nota certa para começar e alguns irmãos desafinavam; pusemos então a organista no órgão e a qualidade do louvor cantado melhorou muito; ela, portanto, continua tocando e estamos todos contentes”.

Essa não é a única: existem muitas outras igrejas que também usam instrumentos musicais, geralmente um pequeno órgão ou harmônio. Se fôssemos indagar, provavelmente nos dariam motivos semelhantes.

Outros entendem que toda a Palavra de Deus é a revelação da Sua vontade, incluindo o louvor e a adoração, cantada e instrumental. Recentemente um nosso irmão de Portugal assim se expressou: “Oxalá em todas as assembléias se louvasse ao Senhor, apenas METADE do louvor que Ele recebia no Templo de Jerusalém. Louvor solene, profundo, majestoso, sumptuoso, digno de Deus Todo-Poderoso! A ordem, a perfeição, a harmonia, o requinte, o zelo em contraste com o que tantas vezes se vê hoje, de desorganização, desafinação, incompetência, displicência, tédio e gelo. O nosso Deus é excelso, é magnífico, ‘Ele habita no meio dos louvores de Israel’. Então e a Igreja? Que noiva é essa, que deixa que sejam os outros a exaltar as infinitas qualidades do seu Amado? Que noiva tão fria! Será?”

Todas as razões dadas, a favor e contra os instrumentos musicais, são ponderáveis. Podemos no entanto estar tranqüilos que não estaremos desagradando a Deus se aprimorarmos a nossa adoração e louvor com o uso de instrumentos musicais. Se assim fosse, Ele nos teria dito claramente, como nos deu instruções em tantas outras coisas, algumas das quais podem até nos parecer de muito menos relevância na atualidade.

Cabe afinal à direção de cada igreja local examinar com cuidado todos esses aspectos e assim decidir o que é hoje mais apropriado para o seu rebanho. Evitemos obedecer simples tradições ou impor nosso gosto pessoal, pois temos responsabilidade diante do Senhor para que “tudo seja feito para edificação, com decência e ordem” (1 Coríntios 14:26,40). Mas que não seja este um ponto de discórdia entre os membros da igreja: se for causar ofensa a algum irmão, é muitas vezes preferível a abstenção de uma “novidade” até que se chegue a um acordo sobre o assunto.

A CEIA DO SENHOR


Seu Simbolismo

A Ceia do Senhor foi instituída "na noite em que foi traído", e enquanto comiam a páscoa. Esta realizava-se de tarde, pelo mandamento de Jeová, mas não há lei com respeito à hora em que se deve tomar a Ceia do Senhor. Em Atos 2:42 e 46, onde lemos da Ceia (o "Partir do Pão"), não se menciona hora alguma, nem de tarde nem de manhã; somente é afirmado que "partiram o pão em casa" (em vez de tomarem publicamente a Ceia no templo). Em Atos 20:7, o primeiro dia da semana fica claramente mencionado, mas é só for inferência que julgamos ser realizada de tarde a reunião.

É provável que os primeiros discípulos sempre tomavam a Ceia de tarde, não por mandamento mas por conveniência, pois o domingo não era feriado oficial como o é hoje em dia. Ao nosso ver, não há ensino nem princípio espiritual ligado com a hora em que se toma a Ceia, seja de manhã, de tarde ou de noite.

Quanto aos que insistem numa exata imitação da primeira Ceia, por que é que não a celebram na quinta-feira, o dia da sua instituição original?… O cristianismo não é semelhante ao judaísmo – um sistema religioso de "dias e meses e anos" em obediência a um horário divinamente apontado; mas é uma vida que deve ser governada por princípios espirituais, e sujeita à Palavra de Deus mas não a meras inferências e deduções.

As igrejas têm liberdade para celebrar a Ceia de manhã, de tarde ou de noite, conforme a conveniência local, mas não para reclamar superioridade espiritual por causa da hora!

Quanto à necessidade de empregar-se unicamente pão sem fermento ("pães asmos"), não há indicação nenhuma na Escritura que isso seja essencial. Os cristãos podem usá-lo se o preferem, mas não têm direito de o imporem sobre seus irmãos, é mero cerimonialismo. Os pães asmos pertenciam ao ritual da páscoa e da "Festa dos Pães Asmos", ritos judaicos que nada têm a ver com o cristianismo, senão profeticamente.

Não há nada pecaminoso no próprio fermento; na Bíblia é um tipo do pecado, mas a sua interpretação no Novo Testamento é "a maldade e a malícia" que não se devem achar em nós (1 Coríntios 5:7-8).

Para o crente em Cristo, a "Festa dos Pães Asmos" não é a Ceia do Senhor mas sim a sua vida inteira, que deve mostrar a "sinceridade e a verdade" em tudo. Em 1 Coríntios 11:23-29, onde temos a descrição apostólica da Ceia, não se fala em pão sem fermento, mas diz que devíamos examinar – não a mesa para ver se há fermento no pão ou no vinho, mas sim "examine-se o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice".

A palavra grega "azumos" (pães asmos) nunca se emprega no Novo Testamento para descrever o pão da Ceia, mas sempre a palavra "artos" (pão comum), tanto em 1 Coríntios 11:23-28 como em Mateus 26:26, Marcos 14:22 e Lucas 22:19. Os pães asmos das festas judaicas simbolizavam a vida santa; o pão da Ceia do Senhor simboliza "o corpo, que por vós é dado", e também tem referência ao Seu corpo espiritual – a Igreja (1 Coríntios 10:17); o ponto essencial é, não a sua composição material, mas que seja "um só pão".

O preocupar-se com a hora do dia ou com a natureza exata do pão e do vinho, é colocar os pareceres humanos em lugar dos mandamentos divinos, e perder a significação e o motivo da Ceia.

 

Richard Dawson Jones (1895 - 1987)

A CEIA DO SENHOR


Seu Propósito

As igrejas primitivas reuniam-se no primeiro dia da semana para a Ceia do Senhor (At 20.7), acompanhando-a com louvor, profecia, adoração, ensino bíblico e outras atividades espirituais (1ª Co 14).

Durante os séculos que seguiram, a observação da ceia se degenerou e a significação dela se perdeu no meio da idolatria e blasfêmia da missa. Todavia, desde a reforma do século XVI as igrejas evangélicas têm restaurado e mantido em geral, a importância e a pureza da Ceia; por tal fidelidade damos graças a Deus.

Por meio da Ceia, o Senhor Jesus deu ao Seu povo uma recordação simbólica, pela qual temos o privilégio de refrescar a memória, ter comunhão com Ele e mostrar confiança na Sua volta.

O Novo Testamento não dá ritual nem procedimento fixo para esta reunião. Em 1ª Co 11.23-29 nada se diz de louvor, de hinos, de adoração ou de leitura das Escrituras; o essencial é que se recorde do Senhor, cada um participando do pão e do cálice como Ele mesmo ordenou. Não há lei exigindo que a Ceia se observe somente no domingo, e a Bíblia nunca a chama "festa" – palavra descritiva de certas instituições judaicas.

O motivo da Ceia é a recordação do Senhor, porém muitas vezes Ele é o ultimo a ser recordado. Há discursos sobre a gloriosa posição dos crentes, e longas "ações de graças" pelas muitíssimas bênçãos recebidas por eles; mas a recordação devia ser de Cristo na Sua perfeição – a maravilha da Sua encarnação e da Sua vida imaculada, o valor (para Deus e para os homens) da Sua morte expiatória, a glória da Sua ressurreição e exaltação, a suficiência do Seu ministério sacerdotal, e a esperança da Sua volta e do Seu reino eterno.

É Cristo mesmo e não nós e as nossas bênçãos que deviam encher os nossos pensamentos e ser o centro da nossa adoração. Há tantos trechos bíblicos que devem ser empregados para demonstrar o valor do nosso Salvador, mas em muitas reuniões da Ceia somente os mesmos dois ou três trechos são lidos semana após semana. A Bíblia consiste em muito mais do que Isaías 53 e Hebreus 10. 19-22...

A Ceia oferece oportunidade para adoração coletiva, fruto da meditação espiritual que nos conduz à verdadeira adoração ao Pai e ao Filho. Não precisamos ocupar muito tempo na contemplação do "nosso passado negro e triste"; o adorador, purificado pelo sangue, deixou pra trás os seus pecados, sabendo que Deus "Se esqueceu deles" (Is 44.22).

O Pai procura adoradores, e o nosso privilégio é exatamente esse – o de adorar. Sem dúvida, a Ceia não é a única ocasião em que adoramos "em espírito e em verdade", ou "entramos no santuário", pois estas frases não se referem primariamente a reuniões e, sim, à atitude constante de adoração e comunhão que deve caracterizar o crente. Contudo, na Ceia a adoração e o ministério sacerdotal do Povo de Deus podem ser amplamente exercitados.

Quando na Ceia , somos dirigidos pelo Espírito Santo (como devíamos ser em qualquer outra reunião e em tudo em nossa vida), nela reinam a ordem e a decência: ordem espiritual nos hinos, nas orações e na exposição (ou simples leitura) das Escrituras; reverência demonstrada pela chegada de todos os crentes antes da hora de começar.

A "liberdade" para ensinar, exortar, etc., não deve ser abusada pela "exibição" da parte de alguns que sem a devida competência insistem em ministrar a Palavra, nem tampouco deve essa "liberdade" ser sufocada pela preguiça de outros que não se preparam para tomar a parte que lhes compete.

"TU ÉS O IMÃ" - Essas palavras encontram-se na terceira estrofe do belíssimo hino de J.I. Freire, de n. 580 no hinário "Hinos e Cânticos"; a linha inteira diz: "Tu és o imã que nos atrai" – referindo-se sem dúvida às palavras do Senhor Jesus Cristo quando, falando aos judeus com respeito à Sua morte, Ele disse: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim" (Jo 13.32).

A figura do imã, empregada pelo autor do hino, aptamente descreve a poderosa atração que o Senhor Jesus exerce para com o coração do crente – ou por melhor dizer, para com os corações dos crentes unidos como o Seu rebanho, com referência especial à Ceia do Senhor. Ali, atraídos e comovidos pela recordação do Seu amor, sentimo-nos impelidos ao louvor e a adoração.

Que é um imã afinal? Consiste num pedaço de metal, geralmente ferro ou aço, que tem propriedade magnética – isto é, atrai para si outros objetos metálicos. Este poder de atração quase irresistível, faz com que o magneto, ou imã, se empregue de várias maneiras: há breques magnéticos, guindastes magnéticos, etc., e a bússola marítima depende do fato interessante que a agulha magnetizada quando livre, sempre vira para o norte, isto é, para o pólo magnético da terá, pois a nossa terra mesma é como um enorme imã, atraindo todos os objetos para si.

Diz Jesus: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim". A morte, ressurreição e ascensão do Filho de Deus condenaria o mundo, seria a derrota de Satanás, e todos os homens teriam que "pensar de Cristo" (Mt 22.42), ou para salvação ou para condenação.

Mesmo depois de quase dois mil anos, os homens não cessam de meditar, falar, discutir e escrever sobre aquela maravilhosa Pessoa cuja morte é a grande prova do grande amor de Deus para com eles (Rm 5.8), e cuja ressurreição assegura a eterna justificação dos que Nele crêem (Rm 4.25). A neutralidade é impossível. A mensagem do Evangelho obriga-os a resolver, pela recepção ou pela rejeição de Cristo, o seu destino eterno – "a morte para morte, ou vida para vida" (2ª Co 2.16); todos são atraídos para Ele.

Porém, para nós os que cremos Nele e O conhecemos como Senhor e Guia, o Filho de Deus é, de maneira muito mais íntima, o imã que nos atrai para Si, a fim de gozarmos uma comunhão permanente e cada vez mais perfeita com o Pai e com o Filho (1ª. Jo 1.3).

Na Ceia, os dois símbolos sagrados nos falam da Sua morte por nós, da nossa comunhão com Ele na Sua morte, e da Sua presença conosco "todos os dias até a consumação do século". Será que o amor do Senhor verdadeiramente nos atrai nessa ocasião, fazendo os nossos corações "arder em nós" (Lc 243.32) para louvor e adoração?

Como discípulos e "amigos" Dele, ficamos cada vez mais atraídos pelas constantes provas do Seu amor e da Sua fidelidade para conosco, pelo crescente conhecimento da Sua Palavra, do Seu caráter, da Sua paciência e misericórdia para conosco. Quanto mais O conhecemos, tanto mais Ele Se mostra o verdadeiro IMÃ que nos atrai.

"Até que Ele venha" (1ª Co 11.26) – assim a igreja se lembra Dele na Ceia. E então?... Naquele último dia da igreja na terra, "o Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles... para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1ª Ts 4.16-17). O nosso IMÃ atrair-nos-á para Si, literalmente levando-nos para cima de todos os céus, para estarmos eternamente com o Senhor.

Finalmente, cumpramos sempre o motivo principal da Ceia – a recordação do Senhor, pois assim a Igreja "anuncia a morte do Senhor, até que Ele venha". "FAZEI isto, em memória de Mim"

A BUSCA DE EVIDÊNCIA


“Estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós ”

1 Pedro 3:15

Por causa do ensino generalizado das teorias da evolução a partir do curso primário, e da sua aceitação quase que generalizada no meio científico, torna-se cada vez mais difícil conseguir a aceitação das doutrinas do Evangelho num mundo materialista, humanista e ateu.

Muitos cristãos se satisfazem com a sua simples fé. Dizem: “para mim se a criação realmente se deu em seis dias, uns seis milênios atrás, ou gradativamente através de bilhões de anos, não importa: eu me satisfaço com minha fé em Cristo, que me trouxe a salvação”. Infelizmente muitos deles não cuidam em ter a “mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16) e declaram que não se deve misturar a fé com a ciência. Em conseqüência, aceitam sem protesto a interpretação dada pelos ateus aos fatos da “natureza”, e descuidadamente aquiescem aos seus argumentos que levam a uma negativa da existência de Deus. É a substituição da fé cristã pela fé evolucionista.

Sem dúvida quem está disposto a confiar plenamente em Deus e na Sua Palavra merece elogios (2 Tessalonicenses 1:3-4, 10, etc.) e, afinal, “sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6). Mas a verdadeira fé nunca contrariou a evidência dos fatos, ou seja, não é cega. Quem sabiamente aceita a Palavra de Deus como sendo a suprema verdade, inspirada pelo Espírito Santo, fica tranqüilo frente às descobertas feitas pela ciência no mundo em que vivemos e no universo que nos rodeia, encontrando nelas evidências concretas da infinita sabedoria de Deus em Sua criação, e vê nelas a mão soberana de Deus em toda a Sua magnificência.

O crente deve estar sempre disposto e preparado para fazer a defesa da sua fé perante os incrédulos, atitude que requer um conhecimento inteligente das doutrinas do pecado e da salvação, e habilidade em defendê-las com mansidão, isto é, evitando o dogmatismo cego e uma petulância agressiva que são indicadores de falta de convicção própria. Sobretudo, temendo a Deus, pois é Seu servo (1 Pedro 2:18). O Senhor Jesus confirmou o mandamento: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu... entendimento” (Mateus 22:37). Este é o dever de todo o crente, e o apóstolo Paulo declarou: “as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo” (2 Coríntios 10:5).

É muito importante saber que a mente cristã e a do incrédulo pensam de maneira diagonalmente oposta sobre coisas fundamentais, e o crente tem que se armar poderosamente com o que Deus lhe pode suprir. Não é só o conhecimento crescente sobre a Palavra de Deus, mas também o conhecimento das obras de Deus vistas na natureza e descobertas por pesquisadores e cientistas. Longe de desmentir a revelação da Bíblia, elas dão cada vez mais evidência comprovadora da sua legitimidade, permitindo assim “derribar raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus”. O cristão não deve ter medo de acompanhar as descobertas da ciência. Há um número crescente de historiadores “seculares” que estão reconhecendo que foram os princípios cristãos que deram impulso aos avanços imensos nas áreas científicas e sociais nos últimos séculos. Um autor atual argumentou que a principal contribuição da cristandade foi a “razão”, que é o “entendimento” desse mandamento em Mateus.

Para milhões de almas que, desde a infância, foram ensinadas as teorias da evolução como sendo realidades comprovadas, que de fato nunca foram, é preciso piedade: “apiedai-vos de alguns que estão na dúvida, e salvai-os, arrebatando-os do fogo” (Judas v. 22). Não é preciso ser cientista para discernir muitas das suas grandes falhas, pois são evidentes a um observador não contaminado por elas, ainda mais se ele crer em Deus, tiver a “mente de Cristo” e conhecer bem as Escrituras.

Mas aos que estão imersos no evolucionismo, dos quais a grande maioria nunca aprendeu outra coisa, é geralmente preciso apresentar provas convincentes. Eles querem “ver para crer”, o que não é de surpreender: o apóstolo Tomé precisou ver o Senhor ressuscitado, não acreditando na palavra dos demais apóstolos (João 20:29); quando o “outro discípulo” entrou no túmulo e o viu vazio, ele creu na ressurreição (João 20:8); o procônsul Sérgio Paulo, “um homem inteligente”, creu quando viu Elimas “o encantador” ser cegado pelo apóstolo Paulo (Atos 13:12).

O homem de Deus pode se preparar para o combate contra o ateísmo diabólico armando-se com as evidências inegáveis que nos são apresentadas por cientistas esclarecidos e corajosos, que confirmam a veracidade do relato bíblico e desvendam os logros cometidos pelos evolucionistas. A quantidade destes logros é muito grande, mas veremos aqui apenas alguns exemplos entre os mais importantes, como subsídio.

Ninguém pode provar cientificamente a origem do mundo e do universo. Para isso teria que ser possível reproduzir o acontecimento em laboratório, ou por fórmulas matemáticas aceitáveis com o auxílio de computadores. Mas não é. Dispomos de apenas uma testemunha que esteve presente e que nos deixou o Seu relato por escrito. Esta testemunha declara ter sido Ele próprio, o Criador de tudo, e o Seu mantenedor. Podemos acreditar no que Ele nos diz?

Essa testemunha é o próprio Deus onipotente, Espírito eterno que enviou o Seu Filho Unigênito para viver entre nós por cerca de trinta anos, dois milênios atrás. Todas as maravilhas da criação, em nosso planeta e no universo, atestam um planejamento coordenado e uma execução perfeita muito acima de qualquer inteligência humana, como as descobertas em pesquisas realmente científicas comprovam dia-a-dia. Logo, a ciência verdadeira tem a necessária prova da existência desse Ser criador.

O relato da Testemunha, contido em nossa Bíblia, não é menos surpreendente e maravilhoso, pois embora escrito através de mãos humanas através de vários séculos, milênios atrás, manteve uma coerência e atualidade espirituais como em nenhum outro livro, provando não ser produto da inteligência humana. O seu sucesso foi tal, que sua produção excedeu em muito a de qualquer outro livro, e já foi traduzido em quase todos os idiomas escritos, e mesmo falados. Nenhum outro livro teve tão grande influência sobre a humanidade.

Embora a Bíblia descreva fatos ocorridos na remota antigüidade, aqueles cujos vestígios ainda estão ao alcance da arqueologia foram em grande parte confirmados, inclusive os nomes de pessoas neles envolvidas. Merece, portanto, toda a nossa credibilidade. O Supremo Autor só nos diz a verdade. Porque então pôr em dúvida o que Ele nos conta sobre a origem do universo, da terra e do ser humano? Essa informação dá as respostas para nossas perguntas e é imprescindível para explicar o nosso relacionamento com Ele.

As teorias da evolução são formuladas sobre a premissa que não existe um Criador, portanto tudo que nos rodeia, e nós próprios, seríamos produto do incompreensível surgimento da matéria a partir do nada. O caos resultante seria ordenado mediante leis “naturais” sem um Legislador, haveria evolução da matéria para adquirir vida própria sem uma Fonte, e a matéria viva seria automaticamente ordenada em células capazes de se alimentar, reproduzir, formar organismos cada vez mais complexos, até chegar ao homem, cujas células unidas e especializadas podem inexplicavelmente formar imagens e pensamentos abstratos.

Qualquer estatístico poderá calcular que as probabilidades disto acontecer na realidade são nulas. A matemática, portanto, confirma que as teorias da evolução são inviáveis. Não obstante, em sua insistência de negar a existência de Deus, os evolucionistas perseveram com essas teorias, e as mudam freqüentemente na medida em que os cálculos e as descobertas desmentem as suas premissas. Procurando dar alguma credibilidade à evolução, eles esticam o tempo em que a ordenação e a transformação da matéria, e a formação e evolução da matéria viva teria ocorrido para abranger períodos astronômicos. Afinal, o infinito lhes dá tempo de sobra...

Até agora nenhuma evolução dos seres vivos foi comprovada. Os fósseis apenas provam que houve um grande cataclismo na terra tempos atrás, em que os animais morreram e logo após foram cobertos por camadas de lama, terra e rochas. Sabemos que isto aconteceu no dilúvio. A flora e fauna atualmente existente podem ser identificadas com grande parte das espécies de fósseis, faltando algumas espécies que provavelmente não resistiram à ação do tempo.

Em conseqüência do pecado do homem, Deus amaldiçoou a criação (Gênesis 3:17, 5:29, Romanos 8:22). Os animais, antes pacíficos, pois tudo era bom, começaram a se agredir e algumas espécies se tornaram carnívoras. A morte veio sobre os animais assim como veio sobre os homens. Houve adaptação, que foi parte das excelentes propriedades com que foram originalmente criados, e transferência e perda de qualidades por causa da degeneração resultante da maldição. Isto é confirmado pela ciência.

O estudo do DNA das células vivas, feito intensivamente em nossos dias, dá evidência incontestável que todo ser vivo tem um código de construção muito sofisticado, desde os micróbios até o ser humano. O código pode se deformar, perder ou mesmo ter seus elementos substituídos por ação natural ou humana, mas ainda não foi encontrada uma ocorrência sequer da fabricação espontânea de um elemento novo, por mais que seja procurada pelos evolucionistas, o que seria essencial para uma confirmação das suas teorias.

Os evolucionistas pensaram ter achado duas poderosas armas para defender suas teorias: o cálculo da idade das coisas na terra pelo carbono, e o cálculo da idade dos astros em função da velocidade da luz. São dogmas que criaram e convenceram muita gente. Mas a verdadeira ciência tem demonstrado sérias falhas em ambas as medidas, havendo outras alternativas teóricas e matemáticas que, ao contrário delas, confirmam que a terra e o universo podem ter sido formados tão recentemente como os seis milênios bíblicos. As explicações são de ordem muito especializada, de difícil leitura e compreensão para os leigos, por isso não vou dá-las aqui.


 

ABRINDO NOSSO TESOURO


“... todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”

(Mateus 13:52)

Nestas palavras do Senhor Jesus vemos a transformação operada em um escriba que se faz discípulo do reino dos céus: o escriba, estudante e mestre da lei em Israel, ocupava-se só com as coisas velhas do passado, mas o discípulo acompanha o seu Mestre e o seu tesouro agora contém coisas novas, além das velhas, e ele as aprende para seu próprio uso e para ensinar aos outros.

São assim as Escrituras Sagradas, pois a Bíblia se compõe de coisas velhas, o Antigo Testamento, e de coisas novas, o Novo Testamento. É uma biblioteca com sessenta e seis livros, escritos originalmente em um punhado de idiomas através de milênios, por autores de diversas ocupações, desde reis até pescadores, dos quais uma pequena minoria se conhecia pessoalmente.

No entanto, a leitura dos seus livros nos indica claramente que todos eles têm em comum um Autor Supremo, e por causa disso compõem uma Obra completa e harmoniosa, um só Tema, uma Mensagem vinda do próprio Criador, e a história da humanidade, desde o seu início até o distante porvir, focalizando-se apenas nos fatos mais importantes para a nossa instrução. Ao contrário de praticamente todas as obras literárias, pouco ou nada se sabe sobre alguns dos seus autores humanos, pois nenhum se apresenta em prólogo e seu nome apenas consta do texto quando é parte da narrativa.

A Bíblia é um tesouro inexaurível, que nos surpreende pelas riquezas que contém, prontas a serem descobertas e aproveitadas. O seu conteúdo divino é poderoso para salvar e transformar as almas, pois “a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). Vamos abrir o nosso tesouro conscientes do imenso valor que tem, e permitir que a sua mensagem nos encaminhe pelas veredas divinas.

A Palavra de Deus é poderosa para convencer o homem da sua situação faltosa diante do Criador, o que é chamado “pecado” na Bíblia, e de fazê-lo compreender o grande Preço que Ele pagou para que fosse perdoado, desde que se arrependa e tenha humildade suficiente para aceitar esse Preço e submeter-se à vontade de Deus. Tudo está lá em suas minúcias, e a isto chamamos o Evangelho (“notícias boas”) de Cristo.

Já se propuseram vários métodos para facilitar a leitura dessa biblioteca de Deus, variando em seu grau de simplicidade e profundidade conforme o nível intelectual e espiritual daqueles a quem são dirigidos. Fundamentalmente, o tesouro se abre com uma chave de uso geral que compreende as regras de interpretação, chamada “hermenêutica”. A interpretação correta das Escrituras é quase tão importante quanto a doutrina da sua inspiração verbal divina, pois é a interpretação errônea que dá origem à maioria das heresias e outros males que vemos por aí. Vejamos as regras de interpretação:

  1. Espécie de literatura: antes de se ler um texto, verificar sempre a que espécie de literatura pertence: nosso tesouro tem várias, como relato histórico, composição poética, parábola, carta de ensino, e profecia. Se for relato histórico, o texto descreve fatos que realmente aconteceram; se poesia, a linguagem é figurada, com uso de metáforas; as parábolas são narrativas de fatos comuns ou alegóricos que encerram um preceito; as cartas contêm mensagens, ensinos e explicações sobre temas e textos bíblicos; as profecias são mensagens vindas de Deus através de homens escolhidos, incluindo informações sobre acontecimentos futuros, cuja autenticidade é provada pela sua realização, às vezes séculos mais tarde.

  2. Contexto físico: para se entender um texto é essencial estudar o contexto físico: a natureza das pessoas envolvidas, o tópico, e o seu relacionamento com os versículos imediatos, etc.

  3. Contexto histórico: descobrir o que estava acontecendo quando o texto foi escrito, ou a que está se referindo. Só assim é possível compreender muitas das profecias do Velho Testamento, e também verificar o seu cumprimento, ou acompanhar o sentimento revelado nos Salmos, etc. Na maioria das vezes o contexto histórico pode ser encontrado na própria Bíblia, mas uma boa enciclopédia pode também dar informações esclarecedoras, como seriam os povos e costumes comuns da época, religiões, etc.

  4. Significado das palavras: depois de termos identificado o tipo de literatura, e os contextos da passagem em consideração, é importante estudar o sentido gramatical e o significado das palavras. Sempre deveríamos procurar o significado literal, sem logo assumir que haja algum sentido misterioso, oculto. Se o sentido literal faz sentido, não procuremos encontrar outro sentido. O Senhor Jesus dizia: “Não tendes lido... ?” (Mateus 19:4, Lucas 6:3). Evidentemente Ele assim confirma que as Escrituras são claras, literais. Um pouco dessa clareza às vezes se perde por causa da tradução feita para uma língua que não tem um equivalente perfeito da expressão nos idiomas originais, ou uma palavra que tem vários sentidos diferentes, dependendo do seu contexto. Para não interpretar incorretamente, sempre que houver dúvida deve-se verificar como a palavra é usada na passagem, em outras passagens do mesmo autor, e em outras partes da Bíblia. Algumas Bíblias facilitam a procura indicando as concordâncias, existem obras de concordâncias publicadas como a de Strong, e mesmo programas de computador gratuitos como e-Sword. A Bíblia também usa figuras de linguagem, e é essencial reconhecê-las para compreender corretamente algumas passagens bíblicas. Quando a Bíblia usa um símile, uma metáfora ou uma hipérbole, a passagem deveria ser interpretada de acordo com o uso normal desse tipo de linguagem. Em outras palavras, não se pretende que tudo na Bíblia seja entendido literalmente, mas as figuras de linguagem se identificam claramente dentro do contexto. Por exemplo, o primeiro capítulo de Gênesis é um relato histórico, portanto não cabe ali a interpretação de que seja uma figura de linguagem. O contexto é crucial.

  5. Harmonia: sendo a Bíblia inspirada pelo Deus da verdade, ela não se contradiz. As Escrituras estão todas em harmonia entre si. Devemos, portanto, comparar texto com texto para ter certeza que nossa interpretação é correta. Se houver desarmonia, o erro foi nosso e precisamos examinar o texto mais cuidadosamente.

  6. Relevância: tendo Deus entregue a Bíblia para a transformação da nossa vida, e não simplesmente para nosso estímulo intelectual, o texto terá sempre alguma relevância para nós. Isto não faz parte do processo de interpretação, mas é mediante confiar e obedecer à Palavra de Deus que a compreendemos melhor (Mateus 13:14-17).

  7. Alerta: esta última regra é uma advertência: cuidado com os falsos mestres e enganadores. O Senhor Jesus nos preveniu contra os líderes religiosos que usam a tradição dos homens para invalidar a Palavra de Deus (Marcos 7:5-13). O apóstolo Paulo preveniu os crentes da igreja de Corinto contra os que usam as Escrituras para seus próprios fins, muitas vezes para seu ganho pessoal (2 Coríntios 2:17). O apóstolo Pedro nos preveniu contra gente que torce alguns pontos difíceis de entender para sua própria perdição (2 Pedro 3:16). É preciso ter muita precaução contra os que “descobrem” algo novo e surpreendente na Bíblia, bem como os que “enfeitam” o relato bíblico e tratam os seus acréscimos como se tivessem a aprovação de Deus. Os crentes devem, por isso, manejar bem a Palavra da Verdade (2 Timóteo 2:15).

A vontade de Deus é que aprendamos e apliquemos a Sua Palavra às nossas vidas. Ao invés de procurar ajustar a Bíblia aos nossos pensamentos, ao seguir estas regras sensatas estaremos habilitados a compreender melhor o que Deus está realmente dizendo e o que isto significa para nós.

Assim, poderemos abrir o nosso tesouro para de lá reverentemente tirar tudo que precisamos para nortear sabiamente a nossa vida, aprofundando-nos cada vez mais nas maravilhas que Deus, por meio dela, vai nos revelando, e acompanhar os ensinos e o exemplo dados pelo nosso Salvador e Mestre, o Senhor Jesus Cristo.

Harmonizemos, portanto, as nossas vidas com a Sua Palavra e, obedientes, sigamos o Seu caminho que nos conduz à eternidade em paz e comunhão com o nosso sublime Criador.


Visualizar