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OLA SOU ELIANE RAMOS, APÓSTOLA DA IALJAN E QUERO APRESENTAR MEU TRABALHO

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NO AR DESDE 31 DE JANEIRO DE 2014


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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

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Pra. Eliane Levando Jesus

LEIA A BÍBLIA TODOS OS DIAS ÊXODO 37



Pra. Eliane Levando Jesus

ATÉ ONDE VAI A AÇÃO DOS ESPÍRITOS MAL SOBRE A VIDA DOS CRISTÃOS.


Vamos iniciar demonstrando a possibilidade do Diabo fazer alguns servos de Deus sucumbirem a um ataque, a partir dos nossos primeiros pais. Lemos em Gênesis 3, quando a serpente incitou externamente a Eva e depois a Adão, para que comecem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

Deus havia determinado, “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (2:16,17).

A questão em si não era o fruto, mas sim a palavra de Deus, ou seja, a expressão de sua vontade.

O pecado não foi terem comido o fruto, mas sim, terem desobedecido a ordem do Senhor.

Vemos então, que o Diabo consegue atingir em cheio aos nossos primeiros pais.

Um outro caso, foi o de Saul, o primeiro rei de Israel.

Após ter entristecido o Espírito do Senhor, este retirou-se dele e então um espírito maligno passou a atormentá-lo (cf. I Sm 16:14) e chegando algumas vezes a possuí-lo (Cf. I Sm 18:10,11).

É mais um exemplo de demonização. Temos também a história de Jó, o homem na Bíblia que em minha opinião padeceu da maior opressão espiritual descrita em todo texto sagrado.

Jó foi abordado especificamente por Satanás embora isto tenha acontecido por uma permissão soberana de Deus.

Ele foi tocado em seu corpo, família, bens, ou seja, em praticamente tudo quanto possuía.

Há outras passagens no Antigo Testamento, onde percebemos outras alusões à opressão espiritual.

O Salmista pede ao Senhor que lançasse luz em suas trevas (cf. Sl 18:28) e em outra ocasião ele pede para que Deus o tire da prisão espiritual (Cf. Sl 142:7), para que desse graças ao Senhor e conquistasse o respeito dos justos.

Em último lugar, temos também uma passagem em Zacarias 3, onde vemos Satanás opor-se ao Sumo Sacerdote Josué.

No Novo Testamento, Jesus em uma de suas parábolas alerta aos seus discípulos, “se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas se forem maus, o teu corpo ficará em trevas.

Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas” (Lc 11:35). O mais preocupante, é que em Judas 6 lemos a respeito de demônios que estão confinados numa região de trevas (gr. tartaroo).

A Bíblia sempre associa ‘trevas’ com ‘abrigo de demônios’. Será também que se abrigarmos trevas em nossos corações, automaticamente não estaríamos dando guarida para que demônios habitem em nós?

É uma questão para se pensar. Paulo parece compartilhar desta idéia, quando disse aos Efésios, “Nem deis lugar ao Diabo” (4:27). Lugar no grego é topos, que quer dizer, posição, local, região, quarto, chance.

Será que quando o crente peca, não estaria cedendo áreas em sua vida para que os demônios se alojem?

Se sim, até que ponto iria a profundidade deste alojamento?

Seria na medida da intensidade e extensão de tempo em que peca?

É outra coisa para ponderarmos. Pedro parece ser mais dramático quando escreve aos cristãos dispersos pelo mundo, e lhes traz um forte alerta, “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé” (I Pe 5:8).

A advertência aos crentes é para que fiquem alertas e atentos, pois o Diabo lhes estaria procurando para devorar. Este verbo devorar em grego é katapino, que também quer dizer, tragar, ser afogado, engolido.

Esta expressão aparece também na passagem onde Jesus exorta aos fariseus dizendo, “Guias cegos, que coais o mosquito e engolis (katapino) o camelo!” (Mt 23:24). Partindo destas observações, também questionamos:

O diabo pode mesmo devorar o crente conforme Pedro está advertindo?

A lógica não nos levaria a crer que o objeto devorado está sujeito ao devorador?

Esta então é mais uma passagem que nos desafia.

Paulo também escrevendo aos Coríntios, instrui-lhes a que não participassem e nem comessem de comidas sacrificadas aos ídolos e lhes adverte, “Antes, digo que as cousas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios” (I Co 10:20).

Alguém então, que desobedecesse a ordem paulina, estaria então mantendo ‘sociedades’ com o Diabo.

Ainda na sua primeira carta aos Coríntios, Paulo entrega o corpo de um jovem a Satanás, ‘a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor” (5:5) e também em sua segunda carta, escreve sobre a necessidade de se perdoar este mesmo irmão, ‘para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios” (2:11).

Mais adiante, o apóstolo também escreve ao seu filho na fé Timóteo, ordenando que se não ordenasse neófitos espirituais ao episcopado, pois caso contrário, poderiam cair no ‘laço do diabo’ (I Tm 3:7).

 Um outro fato interessante e semelhante ao caso de Jó, foi Paulo ter escrito aos Coríntios dizendo que por permissão divina foi lhe posto um espinho na carne, um mensageiro de Satanás (2 Co 12:7).

 Mensageiro no grego é angelos, ou seja, um anjo; aqui no caso, um anjo de Satanás. O objetivo de tal provação foi para que Paulo não se engrandecesse com tudo aquilo que Deus o havia concedido sobrenaturalmente.

Temos ainda no Novo Testamento, o relato de personagens que experimentaram da graça divina (talvez até da salvação) e ainda assim, padeceram opressões espirituais.

 

SEGUNDO AUDIO

O primeiro caso é o de Pedro. Em Mateus 16, após ter dito pelo Espírito acerca de quem era Jesus e de ter recebido do Mestre um elogio por isso, trouxe uma palavra ou um conselho em nada verdadeiro.

Pedro foi instrumentalizado pelo Diabo que quis desviar Cristo do seu propósito divino de ir até a cruz e levar os pecados de todo o mundo.

Veja o que Pedro disse, “Tem compaixão de ti, Senhor, isso de modo algum te acontecerá” (v.22).

Agora veja a réplica de Jesus, “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das cousas de Deus e sim das dos homens” (v.23).

Este episódio nos ensina que o diabo pode engendrar pensamentos e sentimentos no coração do homem e até no do cristão, que podem estar contrapostos à vontade divina para nós.

Como disse Mark Bubeck, nosso adversário espiritual procura impor sua vontade, pensamentos e sentimentos em nós, se lhe dermos oportunidade para isto.

Em segundo lugar, temos o episódio de Ananias e Safira em Atos 5. Era costume inicial dos cristãos primitivos venderem suas propriedades e com isto viverem uma vida em comum.

Tudo isto se fazia num contexto de culto ao Senhor. Estes casal, que fazia parte desta comunidade cristã, imbuídos de uma aparente generosidade foram também levar sua oferta aos pés dos apóstolos. Mas o Espírito Santo compartilhou com Pedro que a oferta deles carecia de autenticidade e temor ao Senhor. Eles retiveram parte do que deveriam entregar. Por isto, Pedro disse a Ananias, “por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?” (5:3) e mais adiante também falou: “Como, pois, assentaste no coração este desígnio?” (5:4). Aqui então temos mais um exemplo de Satanás tentando impor sua vontade sobre os cristãos. No caso anterior de Pedro em Mateus 16, ele cochichou em seu ouvido e aqui, encheu o coração de um casal. E finalmente, temos o caso do discípulo Judas. Atualmente as pessoas sempre se referem a Judas como alguém que sempre pecou e descumpriu os propósitos divinos. Nada mais longe da verdade. Na minha ótica Judas representa nos nossos dias qualquer cristão que um dia caminhou e experimentou o poder de Deus, mas que em determinado momento de sua vida, começou a abrir as guardas para o Diabo e caiu em desgraça. Judas chegou ao cúmulo de trair o próprio mestre e depois apercebendo-se do mal que fizera, tirou sua própria vida. Há também muitos casos de cristãos atualmente que traem a Jesus (quando se afastam do seu caminho ou então o negam com a vida que levam) e sucumbem em suas vidas espirituais e em alguns casos, alguns têm chegado ao suicídio assim como Judas.

Não faz muito tempo que escutei falar do suicídio de um pastor presbiteriano em Recife. Acho que não há coisa mais terrível quando vemos algum cristão tendo tal comportamento rente à vida. Realmente, o que Judas fez não deveria ser tão incomum para os nossos dias. Mas se olharmos desde o início para a trajetória espiritual deste homem nos impressionaremos. Em Mateus 10, o vemos sendo escolhido junto com os demais discípulos e recebendo autoridade sobre os demônios e enfermidades. Judas pregou o evangelho, curou os enfermos e libertou os cativos de Satanás assim como os outros. Mas Jesus já havia alertado, “Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas” (Lc 11:35). Pois é, se observamos o desdobramento dos fatos, vamos perceber que Judas começa a ceder lugar ao Diabo. O seu ponto fraco era a ganância financeira.

Por não ter vigiado, teve um final trágico. Mas o processo de dominação satânica é gradativo. Primeiro o Diabo coloca em seu coração a idéia de trair a Jesus, “tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus” (cf. João 13:2) e após encontrar um espaço maior ainda, diz o texto, “E, após o bocado, imediatamente entrou nele Satanás” (cf. João 13:27).

Observe bem, primeiro ele atua externamente, através de uma sugestão e então, se o campo espiritual e emocional se abrem mais ainda, ele entra na pessoa.

Assim aconteceu com o discípulo Judas.

Talvez eu tenha sido longo demais nas minhas citações de casos onde vemos clara alusão ao fato do Diabo estar oprimindo alguns cristãos, mas assim o fiz, objetivando primeiramente rechaçar a idéia da ‘intocabilidade cristã’.

Está tem sido uma interpretação cristã sustentada por muitos teólogos que às vezes estão profundamente alienados da realidade e intensidade da guerra na qual estamos envolvidos.

Quando Paulo diz que a nossa “luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades” (Ef 6:12), ele estava querendo que compreendêssemos a violência deste combate nas regiões celestiais.

O mais interessante é o significado da palavra luta no grego, pále, que serve para designar uma luta corpo a corpo .

 Não é uma luta à distância como alguns têm pensado, mas corpo a corpo. É por causa disto, que às vezes acabamos por nos ferir no fragor desta batalha e por isto precisaremos como disse o apóstolo, “nos fortalecermos no Senhor e na força do seu poder” (6:10) e nos revestirmos constantemente de toda armadura de Deus (6:11,13). Mas uma outra coisa que gostaria de enfatizar e eu acredito que isto ficou claro nos textos analisados, é que o Diabo só encontrará base para nos atingir através do pecado.

O pecado legaliza biblicamente falando a ação demoníaca em nossas vidas. Com exceção dos casos onde vemos claramente Deus permitindo o seu toque em alguns, visando seus sábios propósitos, todo ataque demoníaco se faz porque há uma base legal que foi dada.

Crentes Podem ficar Endemoninhados?

Um grande questionamento que as pessoas nos fazem é se há possibilidade do crente ficar endemoninhado.

O termo endemoninhado no grego é diamonizomai, que quer dizer, estar com demônios ou ter demônios.

Neste grau de demonizaçao, os demônios já não estão apenas por fora influenciando, como é no caso da opressão, mas estão dentro da pessoa.

Sendo assim, podem tomar o corpo e a consciência da vítima quando, por exemplo, são confrontados com o poder de Deus e se vêem obrigados a sair.

Nestes casos de incorporação, ou seja, quando os espíritos se manifestam no corpo da vítima, costumamos chamar isto de possessão, embora saibamos que tal termo inexiste no grego neotestamentário.

A palavra correta para descrever a invasão (e também a manifestação) de demônios no Novo Testamento é endemoninhamento e não possessão.

Agora voltamos a nossa pergunta: Pode um crente ser invadido por demônios ou está somente sujeito à opressão? De antemão, gostaria de dizer que eu creio na possibilidade de crentes serem invadidos por demônios. Como eu já disse, o domínio satânico sempre é progressivo. Se um cristão vai abrindo portas e mais portas para o pecado, pode ser que um dia o Diabo não veja mais empecilho para invadir sua vida. Mas este processo não é imediato, leva tempo e em muitos casos, o endemoninhamento não chega a acontecer.

Se você analisar com o seu coração aberto todas as referências bíblicas que citei anteriormente verá margem para acreditar na possibilidade de crentes tornarem-se endemoninhados.

Tenho pesquisado também várias outras literaturas que abordam o problema do endemoninhamento e parece haver quase uma concordância universal entre os autores cristãos acerca de tal possibilidade.

Mas é bom lembrar que estes autores citados estão envolvidos diretamente com o ministério de libertação; ou seja, não são apenas teóricos.

O campo prático tende a ser um laboratório onde iremos comprovar ou não as nossas teorias.

Não estou querendo dizer que a Bíblia se interpreta a partir de uma via pragmática, mas que, em algumas vezes, nossas interpretações podem não estar de acordo com aquilo que Deus quis dizer em alguns textos.

A Palavra de Deus nunca se chocará com verdades factuais consistentes.

Deixe-me dar alguns exemplos para melhor elucidar o que estou querendo dizer.

Alguém que queira emitir um parecer sobre como é o ministério pastoral, sua prática, modos, ética, formas erradas e certas de proceder, como fazer uma igreja crescer, etc., terá além de buscar todo embasamento bíblico possível, colocar em prática o que pesquisou e estudou, para ver se realmente sua hermenêutica bíblica está correta ou se ela contraria a experiência vivencial.

Quantas vezes já ouvi pessoas que estão fora do pastorado querendo ‘ensinar o pastor como deve pastorear’ e depois quando se depararam com a atividade do pastoreio passaram a perceber que a prática é bem diferente do que ensinavam.

Igualmente, ensinar sobre casamento, relação conjugal, além de se ler todas as passagens bíblicas que falam sobre o assunto e ler todos os livros disponíveis no mercado, é preciso também que se tenha a experiência do casamento.

Falar também do cristianismo apenas como um teórico, sem ter experimentado a graça do evangelho através de Cristo Jesus, é produzir um discurso fadado ao descrédito.

De igual forma, falar de libertação espiritual, sem estar envolvido com a prática de libertar pessoas dos demônios, é perigoso, pois novamente pode se incorrer no erro de produzir um discurso teórico pouco conectado à realidade prática.

A própria Filosofia faz uma distinção acentuada entre ‘falar sobre’ e ‘falar desde’. Aquele que só teoriza acerca de algo, sem importar-se com o aspecto prático de que ensina, fala sobre, ou seja, fala de fora da coisa que analisa. Mas falar desde é falar de dentro, isto é, experimentando o que se diz.

Em suma, o que quero advogar é a necessidade que temos de difundir uma teologia prática, um ensino que está alicerçado substancialmente na Bíblia, mas que ao mesmo tempo pode comprovar-se na prática, através da experiência cristã.

Concordo com Peter C. Wagner quando ele diz que “as melhores teorias são aquelas que funcionam”.

Com isso, estou querendo dizer que a maioria daqueles que estão envolvidos com o ministério de libertação em todo o mundo percebem que o endemoninhamento de crentes é uma possibilidade.

Veja por exemplo, o comentário que o Dr. Ed Murphy, vice –presidente e diretor da International Ministry Team da Overseas Crusades, faz a respeito disto:

“ Acredito que seria acurado afirmarmos que qualquer indivíduo, em qualquer lugar do mundo, que realmente esteja envolvido em um ministério que ajude a libertar os demonizados, concordará que crentes verdadeiros podem ser demonizados. Somente aqueles que não estão ativamente envolvidos em tal ministério é que advogam a opinião contrária”

O Dr. Kurt Kock, teólogo alemão, considerado o maior estudioso da demonologia em toda Europa, também esta de acordo com a opinião de Murphy, quando diz:

“Soube que um missionário de um campo africano foi mandado de volta ao seu país pelo fato de crer na possessão de crentes. Doutra feita, deparei na África com um missionário, o qual esteve, ele mesmo, possesso por dezoito meses. Ele também havia negado a possibilidade da possessão de crentes. Por causa de sua própria experiência mudou de opinião e de posição teológica.Foram também muito significativos para mim os meus diversos encontros com o Dr. Edman, o antigo diretor da faculdade Wheaton College, dos Estados Unidos. Contou-me exemplos de sua antiga atividade missionária na América do Sul. Ele também estava convencido de que crentes podem se tornar possessos.Além disso, foi bastante esclarecedora para mim a opinião do Dr. Evans, que já deve ter seus 90 anos, se é que ainda está vivo. Vi-o, pela última vez, em 1962. Esta já idosa testemunha de Deus foi fruto do despertamento de Gales. Ele também defende a opinião de que crentes desobedientes podem tornar-se possessos. Eu mesmo, em minhas inúmeras viagens missionárias, tenho vários casos que parecem apoiar essa idéia. (…) Uma coisa que tive oportunidade de observar é que quem defende dogmaticamente a doutrina de que é impossível que crentes se tornem possessos, geralmente não tem experiência com casos de possessão. Quem trabalha em campos missionários onde abundam os possessos, geralmente concorda com a opinião do Dr. Edman, do Dr. Evans e de outros missionários. O missionário, que antes defendia a doutrina rígida de que crentes não ficam possessos, afirmou depois do seu próprio período de possessão: ‘Deus me ensinou uma lição e me curou do meu dogmatismo’”

Os testemunhos de Murphy e Koch concordam com milhares de outros espalhados em várias partes do mundo, por pessoas que estão lidando com casos de libertação. É interessante também a forma como os reformadores protestantes vêem o ataque do Diabo contra os crentes. Embora não abordem diretamente a possibilidade de crentes ficarem endemoninhados, veremos que a idéia da ‘intocabilidade cristã’ não está presente nos seus comentários. Veja o que diz Lutero:

“Pois, visto o diabo não ser apenas mentiroso, senão ainda homicida, também atenta, ininterruptamente, contra a nossa vida e desafoga a sua danação onde nos pode infligir acidentes e danos corporais. Vem daí que a muitos quebra o pescoço ou os leva à insanidade, a alguns afoga em água e a muitos impele ao suicídio e a muitos outros casos horríveis. Por isso não temos outra coisa que fazer na terra senão rezar incessantemente contra esse inimigo principal. Pois se Deus não nos protegesse, nem por uma hora estaríamos em segurança contra o diabo”

E agora Calvino falando da intensidade da nossa guerra,

“Tudo quanto a Escritura nos ensina sobre os seres diabólicos, vem parar nisto: que tenhamos cuidado para guardar-nos de suas astúcias e maquinações, e para que nos armemos com armas tais que bastem para fazer fugir a inimigos tão poderosos (…) Assim, pois, temos de concluir de tudo isto que devemos estar de sobre aviso, já que continuamente temos um inimigo nos ameaçando, e um inimigo mui atrevido, robusto em forças, astuto em enganos, que nunca se cansa de perseguir seus propósitos, está munido de quantas coisas são necessárias para a guerra, mui experimentado na arte militar; e não consintamos que a preguiça e o descuido se assenhorem de nós, senão, pelo contrário, com bom animo estejamos prontos para resistir-lhe (…) por isso afirmo que os fieis nunca jamais podem ser vencidos nem oprimidos por ele. É verdade que muitas vezes desmaiam, mais não se desanimam de tal maneira que não voltem a si; caem pela força dos golpes, mas não com feridas mortais. Finalmente, lutam de tal maneira durante sua vida, que ao final conquistam a vitória” .

Se fizermos também uma análise dos primeiros anos da igreja, veremos que os pais apostólicos criam na possibilidade de cristãos convertidos terem ainda resquícios de demônios. Mesmo após a conversão alguns demônios poderiam persistir em ficar na pessoa, por isso, adotou-se a prática do exorcismo como parte da preparação para o batismo. Veja o comentário que E. Glenn Hinson faz acerca disto,

“Quando uma pessoa se tornava cristã, deveria quebrar o jugo dos espíritos e não deixar nenhum vestígio do controle deles, para que ela pudesse se submeter totalmente a Cristo e participar em seu reino. O jugo de Satanás era tão firme sobre os mágicos, por exemplo, que no terceiro século, o cismático bispo Hipólito, de Roma, não permitia sequer que eles recebessem instruções preliminares. No geral, entretanto, a igreja aceitava todos que quisessem mudar seus hábitos e ocupações, certa que Cristo poderia verdadeiramente transformar a vida deles. (…) Mas, uma vez que a igreja aceitava um dos escravos de Satanás, investia com toda a sua força para liberta-los dos espíritos. (…)Então, recebiam Instrução diária e exorcismos até serem batizados. Os exorcismos eram importantes porque expulsavam as hostes satânicas que oprimiam os catecúmenos até que o Espírito Santo os libertasse de uma vez por todas. Na quinta-feira antes do batismo, no domingo de páscoa, os catecúmenos passavam por uma lavagem e purificação preparatória. Na sexta-feira e no sábado, jejuavam. Ainda no sábado, havia um último exorcismo; o bispo fazia um selo com o sinal da cruz e, então, se iniciava uma vigília que durava a noite inteira”

Acredito que estes comentários e citações bíblicas, são suficientes para alertar-nos sobre a possibilidade de cristãos poderem estar debaixo do jugo satânico.

Alcione Emerich

 

PROFETAS E REIS DE JEZREEL A HOREBE

Com a exterminação dos profetas de Baal, estava aberto o caminho para uma poderosa reforma espiritual entre as dez tribos do reino do norte. Elias havia exposto ao povo a sua apostasia; tinha-os convidado a humilhar o coração e tornar-se para o Senhor. Os juízos do Céu tinham sido executados; o povo havia confessado seus pecados e reconhecido o Deus de seus pais como o Deus vivo; e agora a maldição do Céu devia ser retirada e renovadas as bênçãos temporais de vida. A terra devia ser refrescada com chuva. "Sobe, come e bebe", disse Elias a Acabe, "porque ruído há de uma abundante chuva". I Reis 18:41. Então o profeta se dirigiu ao alto do monte para entregar-se a oração.

Não foi porque houvesse qualquer evidência externa de que águas estavam para desabar, que Elias tão confiantemente mandou que Acabe se preparasse para a chuva. O profeta não viu nenhuma nuvem nos céus; ele não ouvira nenhum trovão. Simplesmente proferira


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a palavra que o Espírito do Senhor o havia movido a falar em resposta a sua firme fé. Resolutamente havia ele feito a vontade de Deus através do dia, e havia manifestado implícita confiança nas profecias da Palavra de Deus; e agora, havendo feito tudo que estava em seu poder, sabia que o Céu outorgaria livremente as bênçãos preditas. O mesmo Deus que havia enviado a estiagem tinha prometido abundância de chuvas como recompensa do reto proceder; e agora Elias esperava pelo derramamento prometido. Em atitude de humildade, "o seu rosto entre os seus joelhos" (I Reis 18:42), intercedeu com Deus em favor do penitente Israel.

Uma e outra vez Elias enviou seu servo a observar de um ponto que dominava o Mediterrâneo, a fim de verificar se havia qualquer sinal visível de que Deus tivesse ouvido sua oração. A cada vez o servo retornava com a resposta: "Não há nada". O profeta não se impacientou ou perdeu a fé, mas continuou sua fervente petição. Seis vezes o servo retornou com a declaração de que não havia nenhum sinal de chuva nos céus de bronze. Confiante, Elias enviou-o uma vez mais; e agora o servo retornou com a declaração: "Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão dum homem, subindo do mar".

Isto bastou. Elias não esperou que os céus escurecessem. Na pequena nuvem ele contemplou pela fé uma abundância de chuva; e agiu em harmonia com sua fé, enviando depressa seu servo a Acabe com esta mensagem: "Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva te não apanhe". I Reis 18:43 e 44.

Foi porque Elias era um homem de grande fé que Deus pôde usá-lo nesta grave crise na história de Israel.


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Enquanto orava, sua fé alcançou as promessas do Céu e agarrou-as; e perseverou na oração até que suas petições fossem respondidas. Ele não esperou pela inteira evidência de que Deus o ouvira, mas se dispôs a aventurar tudo ante o mais leve sinal do divino favor. E no entanto, tudo que ele foi habilitado a fazer sob a orientação de Deus, todos podem fazer em sua esfera de atividade no serviço de Deus; pois do profeta das montanhas de Gileade está escrito: "Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra." Tia. 5:17.

Fé semelhante é necessária no mundo hoje - fé que descanse nas promessas da Palavra de Deus, e recuse desistir até que o Céu ouça. Fé semelhante a esta liga-nos intimamente com o Céu, e traz-nos força para batalhar com os poderes das trevas. Pela fé os filhos de Deus "venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos." Heb. 11:33 e 34. E pela fé devemos alcançar hoje os mais altos propósitos de Deus para nós. "Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê." Mar. 9:23.

A fé é um elemento essencial da oração perseverante. "É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam." Heb. 11:6. "Se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos,


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sabemos que alcançamos as petições que Lhe fazemos." I João 5:14 e 15. Com a perseverante fé de Jacó, com a inquebrantável persistência de Elias, podemos apresentar nossas petições ao Pai, reclamando tudo o que nos tem prometido. A honra de Seu trono está comprometida no cumprimento de Sua palavra.

As sombras da noite envolveram o Monte Carmelo enquanto Acabe se preparava para descer. "E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e ventos, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro, e foi para Jezreel". I Reis 18:45. Enquanto viajava para a cidade real através das trevas e da ofuscante chuva, Acabe não podia enxergar o caminho diante de si. Elias que, como profeta de Deus, tinha nesse dia humilhado Acabe diante de seus súditos e morto seus sacerdotes, reconhecia ainda nele o rei de Israel; e agora, como um ato de homenagem, e fortalecido pelo poder de Deus, corria na frente da carruagem real, guiando o rei à entrada da cidade.

Neste gracioso ato do mensageiro de Deus mostrado a um ímpio rei, há para todos que se dizem servos de Deus, mas que são exaltados em sua própria estima, uma lição. Há os que se sentem acima da obrigação de realizar tarefas que lhes parecem amesquinhantes. Hesitam em fazer até mesmo serviço necessário, temendo serem achados fazendo a obra de um servo. Esses têm muito que aprender do exemplo de Elias. Mediante sua palavra os tesouros do céu haviam por três e meio anos sido retidos de sobre a terra; havia ele sido significativamente honrado por Deus quando, em resposta a sua oração no Carmelo, descera fogo do céu e consumira o sacrifício; sua


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mão tinha executado o juízo de Deus no extermínio dos profetas idólatras; sua petição para que chovesse havia sido atendida. E contudo, após os assinalados triunfos com que Deus Se agradara honrar seu ministério público, ele se dispusera a realizar o trabalho de um servo.

À entrada de Jezreel, Elias e Acabe se separaram. O profeta, preferindo permanecer fora dos muros, envolveu-se em seu manto, e deitou-se sobre a terra nua para dormir. O rei, entrando na cidade, alcançou logo o resguardado abrigo de seu palácio, e aí relatou a sua esposa os maravilhosos acontecimentos do dia, e a admirável revelação do poder divino que provara a Israel ser Jeová o verdadeiro Deus e Elias Seu mensageiro escolhido. Contando Acabe à rainha o morticínio dos profetas idólatras, Jezabel, endurecida e impenitente, ficou enfurecida. Ela se recusou a reconhecer nos sucessos do Carmelo a soberana providência de Deus e, desafiadora ainda, ousadamente declarou que Elias devia morrer.

Nessa noite um mensageiro despertou o fadigado profeta e transmitiu-lhe a palavra de Jezabel: "Assim me façam os deuses, e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles". I Reis 19:2.

Poderá parecer que depois de haver mostrado tão grande coragem, após haver triunfado tão completamente sobre o rei, sacerdotes e povo, Elias não devesse jamais haver dado caminho ao desânimo, nem ter sido levado à intimidação. Mas aquele que havia sido abençoado com tantas evidências do amorável cuidado de Deus, não estava acima das fragilidades humanas, e nesta hora escura sua fé e coragem abandonaram-no. Desorientado,


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despertou. A chuva caía dos céus, e havia trevas por todos os lados. Esquecendo que três anos antes Deus havia dirigido seus passos a um lugar de refúgio contra o ódio de Jezabel e as buscas de Acabe, o profeta agora escapava por sua vida. Alcançando Berseba, "deixou ali o seu moço. E ele se foi ao deserto, caminho de um dia". I Reis 19:4.

Elias não devia ter desertado de seu posto de dever. Devia ter enfrentado a ameaça de Jezabel, apelando para a proteção dAquele que o havia comissionado para que vindicasse a honra de Jeová. Ele devia ter dito ao mensageiro que o Deus em quem confiava o protegeria contra o ódio da rainha. Apenas poucas horas haviam decorrido desde que ele testemunhara a maravilhosa manifestação do poder divino, e isto devia ter-lhe dado a segurança de que ele não seria agora abandonado. Tivesse ele ficado onde estava, tivesse feito de Deus seu refúgio e fortaleza, permanecendo firme pela verdade, e teria sido abrigado do perigo. O Senhor lhe teria dado outra assinalada vitória, enviando Seus juízos sobre Jezabel; e a impressão feita sobre o rei e o povo teria dado lugar a uma grande reforma.

Elias havia esperado muito do milagre produzido no Carmelo. Supusera que depois daquela exibição do poder de Deus, Jezabel não mais teria influência sobre a mente de Acabe, e que haveria uma imediata reforma em todo o Israel. O dia todo no alto do Carmelo ele havia mourejado sem alimento. Contudo, quando guiava o carro de Acabe à entrada de Jezreel, sua coragem foi forte, a despeito da debilidade física sob a qual havia trabalhado.


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Mas uma reação como a que freqüentemente segue elevada fé e gloriosos sucessos estava exercendo pressão sobre Elias. Ele temeu que a reforma iniciada no Carmelo não fosse duradoura; e a depressão se apoderou dele. Havia sido exaltado ao topo do Pisga; agora estava no vale. Enquanto sob a inspiração do Onipotente, ele tinha resistido à mais severa prova de fé; mas neste tempo de desencorajamento, com a ameaça de Jezabel


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soando-lhe aos ouvidos, e Satanás ainda aparentemente prevalecendo mediante a trama desta ímpia mulher, ele perdeu sua firmeza em Deus. Havia sido exaltado acima da medida, e a reação foi tremenda. Esquecendo-se de Deus, Elias fugia mais e mais, até que se encontrou num árido deserto, sozinho. Indescritivelmente cansado, assentou-se para repousar debaixo de um zimbro. Assentando-se aí, pediu a morte para si mesmo. "Já basta, ó Senhor", disse ele, "toma agora a minha vida, pois não sou melhor que meus pais". I Reis 19:4. Fugitivo, longe da habitação dos homens, o espírito causticado pelo amargo desapontamento, ele desejou nunca mais olhar a face de um homem. Afinal, extremamente exausto, adormeceu.

Na experiência de todos surgem ocasiões de profundo desapontamento e extremo desencorajamento - dias em que só predomina a tristeza, e é difícil crer que Deus é ainda o bondoso benfeitor de seus filhos na Terra; dias em que o dissabor mortifica a alma, de maneira que a morte pareça preferível à vida. É então que muitos perdem sua confiança em Deus, e são levados à escravidão da dúvida, ao cativeiro da incredulidade. Pudéssemos em tais ocasiões discernir com intuição espiritual o significado das providências de Deus, veríamos anjos procurando salvar-nos de nós mesmos, esforçando-se por firmar nossos pés num fundamento mais firme que os montes eternos; e nova fé, nova vida jorrariam para dentro do ser.

O fiel Jó, no dia de sua aflição e trevas, declarou:

"Pereça o dia em que nasci." Jó 3:3.

"Oh! se a minha mágoa retamente se pesasse.

E a minha miséria juntamente se pusesse numa balança!"


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"Quem dera que se cumprisse o meu desejo

E que Deus me desse o que espero!

E que Deus quisesse quebrantar-me,

E soltasse a Sua mão, e acabasse comigo!

Isto ainda seria a minha consolação." Jó 6:2 e 8-10.

"Por isso não reprimirei a minha boca;

Falarei na angústia do meu espírito,

Queixar-me-ei na amargura da minha alma."

"Pelo que a minha alma escolheria...

Antes a morte do que estes meus ossos.

"A minha vida abomino,

Pois não viverei para sempre;

Retira-Te de mim,

Pois vaidade são os meus dias." Jó 7:11, 15 e 16.

Mas embora cansado da vida, a Jó não foi permitido morrer. Foram-lhe indicadas as possibilidades do futuro, e deu-se-lhe a mensagem de esperança:

"Estarás firme e não temerás.

Porque te esquecerás dos trabalhos,

E te lembrarás deles como das águas que já passaram.

E a tua vida mais clara se levantará do que o meio-dia;

Ainda que haja trevas, será como a manhã.

E terás confiança, porque haverá esperança. ...

E deitar-te-ás,

E ninguém te espantará;

Muitos acariciarão o teu rosto.

Mas os olhos dos ímpios desfalecerão,

E perecerá o seu refúgio;

E a sua esperança será o expirar da alma." Jó 11:15-20.

Das profundezas do desencorajamento e desânimo Jó se levanta para as alturas da implícita confiança na misericórdia e o poder salvador de Deus. Triunfantemente declarou:


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"Ainda que Ele me mate, nEle esperarei; ...

Também isto será a minha salvação." Jó 13:15 e 16.

"Por que eu sei que o meu Redentor vive,

E que por fim Se levantará sobre a Terra.

E depois de consumida a minha pele,

Ainda em minha carne verei a Deus.

Vê-Lo-ei por mim mesmo,

E os meus olhos, e não outros, O verão." Jó 19:25-27.

"Depois disto o Senhor respondeu a Jó dum redemoinho" (Jó 38:1), e revelou a Seu servo a força do Seu poder. Quando Jó teve um vislumbre de seu Criador, abominou-se a si mesmo, e se arrependeu no pó e na cinza. Então o Senhor pôde abençoá-lo abundantemente, e fazer os seus últimos dias os melhores de sua vida.

Esperança e coragem são essenciais ao perfeito serviço para Deus. Estes são frutos da fé. O desânimo é pecaminoso e irrazoável. Deus está em condições e disposto a outorgar a Seus servos "mais abundantemente" a força de que necessitam para a tentação e prova. Os planos dos inimigos de Sua obra podem parecer bem assentados e firmemente estabelecidos; mas Deus pode subverter os mais fortes deles. E isto Ele faz em seu devido tempo e maneira, quando vê que a fé de Seus servos foi suficientemente testada.

Para o desalentado há um seguro remédio - fé, oração e trabalho. Fé e atividade proverão segurança e satisfação que hão de aumentar dia a dia. Estais tentados a dar guarida a sentimentos de ansiedade ou acérrimo desânimo? Nos dias mais negros, quando as aparências parecem mais agressivas, não temais. Tende fé em Deus. Ele conhece vossas


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necessidades; possui todo o poder. Seu infinito amor e compaixão são incansáveis. Não receeis que Ele deixe de cumprir Sua promessa. Ele é eterna verdade. Jamais mudará o concerto que fez com os que O amam. E concederá a Seus fiéis servos a medida de eficiência que suas necessidades demandem. O apóstolo Paulo testificou: "E disse-me: A Minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. ... Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Deus. Porque quando estou fraco, então sou forte." II Cor. 12:9 e 10.


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Abandonou Deus a Elias em sua hora de provas? Oh, não Ele não amava menos Seu servo quando este sentiu-se abandonado de Deus e dos homens, do que quando, em resposta a sua oração, flamejou fogo do céu e iluminou o topo do monte. E agora, havendo Elias adormecido, um suave toque e delicada voz o despertou. Ele se ergue aterrado, como quem vai fugir, temendo que o inimigo o tivesse descoberto. Mas a face compassiva que se inclinava sobre ele não era a de um inimigo, mas de um amigo. Deus tinha enviado um anjo do Céu com alimento para Seu servo. "Levanta-te, e come", disse o anjo. "E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água".

Depois de haver-se servido do repasto para si preparado, Elias deitou-se de novo e adormeceu. Pela segunda vez veio o anjo. Tocando o exausto homem, disse com terna piedade: "Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho. Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus" (I Reis 19:6-8), onde encontrou refúgio numa caverna.

PROFETAS E REIS, O CARMELO

O Carmelo

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Uma vez perante Acabe, Elias propôs que todo o Israel fosse reunido juntamente com ele e os profetas de Baal e Astarote no Monte Carmelo. "Agora pois envia", ordenou, "ajunta a mim todo o Israel no Monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem à mesa de Jezabel." I Reis 18:19.

A ordem fora dada por alguém que parecia estar na própria presença de Jeová, e Acabe obedeceu-a de pronto, como se o profeta fosse o monarca e o rei o súdito. Velozes mensageiros foram despachados por todo o reino, com a intimação de se reunirem com Elias e os profetas de Baal e Astarote. Em cada cidade e vila, o povo se preparou para se reunir no tempo indicado. Ao caminharem para o lugar, o coração de muitos se enchia de estranhos pressentimentos. Algo fora do comum estava para acontecer; senão, por que a ordem para se reunirem no Carmelo? Que


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nova calamidade estava para desabar sobre o povo e a terra?

Antes da seca o Monte Carmelo era um lugar de beleza, seus ribeiros alimentando-se de fontes perenes e suas férteis escarpas cobertas de belas flores e luxuriantes bosques. Mas agora sua beleza empalideceu sob a fulminante maldição. Os altares erguidos para adoração de Baal e Astarote jaziam agora nos bosques desfolhados. Nas alturas de um dos mais elevados cumes, em marcante contraste com aqueles, estava o altar derribado de Jeová.

O Carmelo dominava vasta extensão do país; suas elevações eram visíveis de muitos lugares do reino de Israel. Ao sopé do monte havia vantajosos pontos de onde se podia ver muito do que se passava em cima. Deus havia sido assinaladamente desonrado pelo culto idólatra que se realizava sob o dossel de suas escarpas arborizadas; e Elias escolheu essa elevação como o lugar mais visível para a manifestação do poder de Deus e a vindicação da honra de Seu nome.

Logo na manhã do dia designado, as tribos do Israel reunido, em ansiosa expectativa aglomeraram-se próximo do cume do monte. Os profetas de Jezabel demandam o monte em marcha imponente. Com pompa real aparece o rei e toma posição à frente dos sacerdotes, e os idólatras saúdam-no com um grito de exclamação. Mas há apreensão no coração dos sacerdotes ao se lembrarem de que pela palavra do profeta a terra de Israel por três anos e meio fora privada de orvalho e chuva. Sentem com certeza que alguma terrível crise está iminente. Os deuses nos quais eles têm confiado não foram capazes de provar ser Elias um profeta falso. A seus gritos frenéticos, suas


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orações, suas lágrimas e humilhações, suas revoltantes cerimônias e sacrifícios custosos e constantes, os objetos de seu culto têm-se mostrado estranhamente indiferentes.

Diante do rei Acabe e dos falsos profetas, e rodeado das tribos reunidas de Israel está Elias, o único que apareceu para reivindicar a honra de Jeová. Aquele a quem todo o reino tinha responsabilizado por sua carga de flagelo, está agora perante eles, aparentemente sem defesa na presença do soberano de Israel, dos profetas de Baal, dos homens de guerra e dos milhares que o rodeavam. Mas Elias não está sozinho. Acima e ao redor dele estão as forças protetoras do Céu - anjos magníficos em poder.

Sem se envergonhar nem temer, o profeta está perante a multidão, inteiramente consciente de sua comissão, para executar a ordem divina. Seu rosto está iluminado com impressionante solenidade. Em ansiosa expectativa o povo aguarda que ele fale. Olhando primeiramente para o altar derribado de Jeová, e depois para a multidão, Elias exclama de maneira clara, em voz como de trombeta: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; e se Baal, segui-o". I Reis 18:21.

O povo não respondeu palavra. Ninguém nesse vasto auditório ousa manifestar lealdade a Jeová. Como densa nuvem, o engano e cegueira se espalhara sobre Israel. Não fora de uma vez que esta fatal apostasia se fechara em torno deles, mas gradualmente, à medida que de tempos em tempos tinham deixado de ouvir as palavras de advertência e reprovação que o Senhor lhes enviara. Cada desvio do reto proceder, cada recusa de arrependimento, tinham aprofundado sua culpa e os afastaram mais do Céu. E agora, nesta crise, eles persistiam na recusa de se colocarem ao lado de Deus.


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O Senhor aborrece a indiferença e deslealdade em tempo de crise em Sua obra. Todo o Universo está observando com inexprimível interesse as cenas finais da grande controvérsia entre o bem e o mal. O povo de Deus está-se aproximando do limiar do mundo eterno; que pode haver de mais importante para eles do que ser leais ao Deus do Céu? Em todos os séculos Deus tem tido heróis morais; e tem-nos agora - os que como José, Elias e Daniel, não se envergonham de se reconhecerem como Seu povo peculiar. Suas bênçãos especiais acompanham os labores de homens de ação; homens que não se desviarão da linha reta do dever, mas que perguntarão com divina energia: "Quem é do Senhor"? (Êxo. 32:26), homens que não se deterão apenas no inquirir, mas exigirão que os que escolherem identificar-se com o povo de Deus prossigam e demonstrem sem sombra de dúvida sua obediência ao Rei dos reis e Senhor dos senhores. Tais homens subordinam sua vontade e planos à lei de Deus. Por amor a Ele, não têm a sua vida por preciosa. Seu trabalho é captar a luz da Palavra e deixá-la brilhar para o mundo em raios claros e firmes. Fidelidade a Deus é sua divisa.

Enquanto Israel no Carmelo duvidava e hesitava, a voz de Elias de novo quebra o silêncio: "Eu só fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens. Dêem-se-nos, pois, dois bezerros; e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo; e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. Então invocai o nome do vosso deus e


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eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus".

A proposta de Elias era tão razoável que o povo não pôde mesmo fugir a ela; encontraram pois coragem para responder: "É boa esta palavra". Os profetas de Baal não ousaram erguer a voz para discordar; e dirigindo-se a eles, Elias lhes ordena: "Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe metais fogo". I Reis 18:22-25.

Aparentemente ousados e desafiadores, mas com o terror no coração culpado, os falsos sacerdotes preparam seu altar, pondo sobre ele a lenha e a vítima; e tem início suas fórmulas de encantamento. Seus estridentes gritos ecoam e reboam através das florestas e dos promontórios, enquanto invocam o nome do seu deus, dizendo: "Ah, Baal, responde-nos!" I Reis 18:26. Os sacerdotes se aglomeram em torno de seu altar, e com saltos e contorções e gritos histéricos, arrancando os cabelos e retalhando as próprias carnes, suplicam a seu deus que os ajude.

Passa-se a manhã, aproxima-se o meio-dia, e contudo não há evidência de que Baal ouça o clamor de seus enganados seguidores. Não há voz, nem resposta a suas frenéticas orações. O sacrifício permanece inconsumado.

Enquanto continuam com suas exaltadas devoções, os astutos sacerdotes estão continuamente procurando imaginar algum meio pelo qual possam acender o fogo sobre o altar e levar o povo a crer que o fogo viera diretamente de Baal. Mas Elias lhes vigia cada movimento; e os sacerdotes, esperando contra a esperança de alguma oportunidade para a fraude, prosseguem com suas insensatas cerimônias.

"E sucedeu que ao meio-dia Elias zombava deles, e


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dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; porventura dorme, e despertará. E eles clamavam a grandes vozes, e se retalhavam com facas e com lanças, conforme ao seu costume, até derramarem sangue sobre si. E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz nem resposta, nem atenção alguma". I Reis 18:27-29.

Alegremente Satanás teria vindo em socorro desses a quem havia enganado, e que eram devotados a seu serviço. Alegremente ele teria enviado o fogo para queimar o sacrifício. Mas Jeová havia fixado limites a Satanás - restringira seu poder - e nem todos os artifícios do inimigo podiam lançar sobre o altar de Baal uma única centelha.

Afinal, roucos de tanto gritar, as vestes maculadas com o sangue das feridas que a si mesmos se haviam infligido, os sacerdotes ficam desesperados. Com furor inquebrantável, misturam a suas súplicas terríveis maldições de seu deus Sol; e Elias continua a observar atentamente; ele sabe que se por qualquer artifício os sacerdotes lograrem lançar fogo sobre o altar, ele será feito em pedaços num momento.

É chegada a tarde. Os profetas de Baal estão fatigados, abatidos, confusos. Um sugere uma coisa, outro outra coisa, até que finalmente cessam seus esforços. Suas maldições e gritos estridentes não mais ressoam sobre o Carmelo. Em desespero retiram-se da luta.

Durante todo o longo dia o povo havia testemunhado as demonstrações dos frustrados sacerdotes. Haviam contemplado seus saltos selvagens sobre o altar, como se desejassem captar os raios do Sol para que servissem a seus propósitos. Eles haviam olhado com


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horror para as bárbaras mutilações infligidas a si mesmos pelos sacerdotes, e tinham tido a oportunidade de refletir sobre a loucura da adoração de ídolos. Muitos dentre a multidão estão fartos das exibições de demonismo, e aguardam agora com o mais profundo interesse os movimentos de Elias.

É a hora do sacrifício da tarde, e Elias convida o povo: "Chegai-vos a mim". Aproximando-se eles a tremer, ele se volta para o altar derribado onde uma vez os homens haviam adorado ao Deus do Céu, e repara-o. Para ele esse montão de ruínas é mais precioso que todos os magnificentes altares do paganismo.

Na reconstrução deste antigo altar, Elias revelava seu respeito pelo concerto que o Senhor havia feito com Israel quando este transpôs o Jordão para a terra prometida. Escolhendo "doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ... edificou o altar em nome do Senhor". I Reis 18:30-32.

Os desapontados sacerdotes de Baal, exaustos pelos inúteis esforços, esperam para ver o que Elias fará. Eles odeiam o profeta por haver proposto uma prova que expusera as fraquezas e ineficiência de seus deuses; contudo temem o seu poder. O povo, igualmente temeroso, e com a respiração quase suspensa ante a expectativa, observa enquanto Elias continua seus preparativos. O porte calmo do profeta ergue-se em agudo contraste com o frenesi fanático e insensato dos seguidores de Baal.

Reconstruído o altar, o profeta, abre um rego em torno dele, e havendo posto a lenha em ordem e preparado o bezerro, coloca a vítima sobre o altar, e ordena ao povo que inunde com água o sacrifício e o altar. "Enchei de água quatro cântaros", ordenou, "e derramai-a sobre o holocausto


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e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez. De maneira que a água corria ao redor do altar; e ainda até o rego encheu de água". I Reis 18:34 e 35.

Trazendo à lembrança do povo a longa e continuada apostasia que havia despertado a ira de Jeová, Elias convida-os a humilhar seus corações e tornar para o Deus de seus pais, para que fosse removida a maldição de sobre a terra de Israel. Então inclinando-se reverente ante o invisível Deus, ele ergue as mãos para o céu, e oferece uma singela oração. Os sacerdotes de Baal haviam gritado e espumado e dado saltos desde a manhã até à tarde; mas com a oração de Elias, nenhum clamor insensato ecoa nas alturas do Carmelo. Ele ora como se soubesse que Jeová está ali, testemunhando a cena, atento a seu apelo. Os profetas de Baal haviam orado selvagemente, incoerentemente. Elias ora com simplicidade e fervor, pedindo que Deus mostre Sua superioridade sobre Baal, para que Israel pudesse ser reconduzido a Ele.

"Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó", o profeta suplica, "manifeste-se hoje que Tu és Deus em Israel, e que eu sou Teu servo, e que conforme a Tua palavra fiz todas estas coisas. Responde-me, Senhor, responde-me para que este povo conheça que Tu, Senhor, és Deus, e que Tu fizeste tornar o seu coração para trás". I Reis 18:36 e 37.

Um silêncio opressivo em sua solenidade cai sobre todos. Os sacerdotes de Baal tremem de terror. Cônscios de sua culpa, temem imediata retribuição.

Mal havia a oração de Elias terminado, e chamas de


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fogo, como brilhantes relâmpagos, descem do céu sobre o altar erguido, consumindo o sacrifício, lambendo a água do rego e devorando as próprias pedras do altar. O brilho das chamas ilumina o monte e ofusca os olhos da multidão. Nos vales abaixo, onde muitos estão observando em ansiosa expectativa os movimentos dos que estão em cima, a descida do fogo é claramente vista, e todos ficam maravilhados com o espetáculo. Ele lembra a coluna de fogo que no Mar Vermelho separou das tropas egípcias os filhos de Israel.

O povo sobre o monte prostra-se em reverência perante o Deus invisível. Não se atrevem a olhar para o céu a enviar fogo. Temem ser eles próprios consumidos; e, convictos de seu dever em reconhecer o Deus de Elias como o Deus de seus pais, a quem devem obediência, clamam a uma voz: "Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!" I Reis 18:39. Com impressionante distinção o grito ressoa sobre o monte e ecoa pela planície. Afinal Israel está desperto, esclarecido, penitente. O povo vê por fim quão grandemente havia desonrado a Deus. O caráter do culto de Baal, em contraste com a sensata adoração requerida pelo verdadeiro Deus, está plenamente revelado. O povo reconhece a justiça e misericórdia de Deus em haver retido o orvalho e a chuva até que tivessem sido levados a confessar o Seu nome. Agora estão prontos a admitir que o Deus de Elias está acima de qualquer ídolo.

Os sacerdotes de Baal testemunham consternados a maravilhosa revelação do poder de Jeová. Não obstante em


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sua frustração e na presença da divina glória, recusam arrepender-se de suas obras más. Desejam ainda permanecer como profetas de Baal. Mostravam assim estar amadurecidos para a destruição. Para que o arrependido Israel possa ser protegido do engodo daqueles que lhe ensinaram a adoração a Baal, Elias recebe ordem de Deus para destruir esses falsos ensinadores. A ira do povo havia sido já ativada contra os líderes em transgressão; e quando Elias lhes deu a ordem: "Lançai mão dos profetas de Baal; que nenhum deles escape" (I Reis 18:40), foram prontos em obedecer. Eles se apoderaram dos sacerdotes, e levaram-nos ao ribeiro de Quisom, e ali, antes que findasse o dia que havia marcado o início de decidida reforma, os sacerdotes de Baal são mortos. A nenhum é permitido viver.


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