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OLA SOU ELIANE RAMOS, APÓSTOLA DA IALJAN E QUERO APRESENTAR MEU TRABALHO

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NO AR DESDE 31 DE JANEIRO DE 2014


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domingo, 21 de abril de 2019

Jogo Bíblico - Persevere - RayBGames



Pra. Eliane Levando Jesus

Lição 21 Escatologia parte 2

Dentro da Teologia Sistemática existem divisões de pensamento sobre o que acontecerá entre o arrebatamento (ida da Igreja par ao céu) e a volta definitiva de Jesus à Terra. É o período da chamada "Grande Tribulação". Existem três visões principais: Pré, Meso e Pós tribulacionismo.
É importante lembrar também que as Escrituras ressaltam a distinção entre o plano de Deus para Israel e para a Igreja.
AS ALIANÇAS DE DEUS COM ISRAEL
As alianças de Deus com Israel são eternas.
a) Aliança Abraâmica - Promessa da TERRA a Abraão (Gn 12.1-3; 15.18-21).
b) Aliança Davídica - Promessa de um TRONO perpétuo a um descendente do Davi (2 Sm 7.11-16).
c) Nova Aliança - Promessa de um novo TRATO com Deus por meio da conversão nacional (Jr 31.31-34; Ez 36.24-36; Jl 2.28-32).
A Grande Tribulação
O período escatológico chamado de "Tribulação" é uma época sem precedentes na história humana (Mt 24.21), sendo o período de 7 anos. Ele é chamado de 70ª semana de Daniel. O sofrimento infligido nesse período terá abrangência mundial (Ap 3.10).
O INÍCIO DA TRIBULAÇÃO
  • O início desse período se dará quando "um príncipe que há de vir" (Dn 9.26) fizer "firme aliança com muitos" (Dn 9.27). Esse homem é identificado, em outras partes, como o "chifre pequeno" (Dn 7.8,24,25) e como "homem da iniquidade" (2 Ts 2.3);
  • Ele será o líder de uma aliança de nações. Fará também uma aliança com Israel trazendo paz aos judeus. Devido a essa paz, o Templo será reconstruído na primeira parte da Tribulação (Dn 9.27 prevê que na primeira metade da Tribulação haverá "sacrifícios" em Israel, atividade feita exclusivamente no Templo);
  • Os primeiros 3½ anos terminarão com o "homem da iniquidade" declarando ao mundo sua divindade e se "assentando no santuário de Deus" (2Ts 2.4), possivelmente uma referência ao Templo de Israel.
2 - OS JUÍZOS
Apocalipse 6?19, texto que trata do período da Tribulação, descreve três sequências de juízos: selos, trombetas e taças, cada apresentada como sete eventos.
Existe muito debate se as três sequências se sucedem cronologicamente, se elas se sobrepõem, ou, ainda, se as trombetas e as taças são descrições dos selos. Vamos nos ater a relacionar como eles são apresentados pela Bíblia.
OS SELOS
1) Primeiro selo (Ap 6.1,2): cavaleiro no cavalo branco que sai para conquistar. Pode indicar, no início da Tribulação, o domínio crescente do poder do "homem da iniquidade". Esse domínio acontece quando as pessoas falam em "paz e segurança" (1Ts 5.3);
2) Segundo selo (Ap 6.3,4): cavaleiro no cavalo vermelho portando uma grande espada, trazendo o fim da paz e guerra entre os homens;
3) Terceiro selo (Ap 6.5,6): cavaleiro no cavalo preto com uma balança na mão, a qual representa um forte racionamento de comida devido a uma fome rigorosa.
4) Quarto selo (Ap 6.7,8): cavaleiro, chamado Morte, no cavalo preto. Ele traz morte, por meio da guerra, fome e pestes, a 1/4 da população mundial;
5) Quinto selo (Ap 6.9-11): iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra.
6) Sexto selo (Ap 6.12-17): haverá eventos catastróficos como um grande terremoto, o escurecimento do Sol e da Lua, chuva de meteoros, montes e ilhas removidos do lugar e algo nos céus que dará aos homens a ideia nítida do juízo enviado por Deus;
7) Sétimo selo (Ap 8.1-6): Um grande silêncio, por meia hora, seguido de trovões e terremotos que introduzem os sete juízos denominados "trombetas".
AS TROMBETAS
1) Primeira trombeta (Ap 8.7): fogo misturado a sangue cai do céu e queima 1/3 da terra, das árvores e das plantas;
2) Segunda trombeta (Ap 8.8,9): algo inexplicável causa a destruição de 1/3 do mar, da vida marinha e das embarcações.
Alguns textos apontam que esse período, chamado por Daniel de "semana" é, na verdade, um período de 7 anos e não de 7 dias são Dn 7.25; 12.7,11-12 e Ap 11.2,3; 12.6,14; e 13.5, referindo-se a uma parte da Tribulação como um período de 3 anos e meio.
Olhando-se para Dn 12.11, sabendo que 1.260 dias são iguais a 3 1/2 anos, os 30 dias para completarem os 1.290 dias provavelmente correspondem ao tempo necessário para todos os julgamentos que acontecerão depois da Segunda Vinda (Ez 20.33-44; Jl 3.2,3; Mt 25.32) e os 45 dias que completarão os 1.335 dias provavelmente correspondem ao tempo que precederá o início do reino milenar.
3) Terceira trombeta (Ap 8.10,11): 1/3 da água potável é afetado trazendo grande sede e morte aos homens;
4) Quarta trombeta (Ap 8.12,13): danos causados ao Sol, à Lua e às estrelas provocando perda de luz para a Terra tanto de dia como de noite;
5) Quinta trombeta (Ap 9.1-12): primeiro "ai". Menciona um abismo e gafanhotos, mas pode ser alegórico pois Ap 9 é o capítulo que mais contém a palavra "como", introduzindo símiles no lugar de uma descrição literal dos fatos. Estabelece que haverá, por 5 meses, um tormento indescritível sobre os incrédulos;
6) Sexta trombeta (Ap 9.13-21): segundo "ai". Haverá a morte de 1/3 da população mundial.
7) Sétima trombeta (Ap 11.15-19): Terceiro "ai". Há um anúncio de que o fim está próximo e que é chegado o momento do Senhor reinar na Terra. Mesmo assim, ainda resta 7 taças da ira de Deus a serem derramadas, talvez, nas últimas semanas da Tribulação (Ap 16.1-21), sendo que todas as taças são derramadas ao mesmo tempo sobre a Terra (Ap 16.1).
AS TAÇAS
1) Primeira taça (Ap 16.2): feridas terríveis acometem os incrédulos;
2) Segunda taça (Ap 16.3): destruição do mar e morte completa dos seres marinhos;
3) Terceira taça (Ap 16.4-7): toda a água potável será afetada trazendo um juízo tremendo pelo sangue dos justos que foi derramado;
4) Quarta taça (Ap 16.8,9): a intensidade dos raios solares é tão grande que passa a queimar os homens;
5) Quinta taça (Ap 16.10,11): algo descrito como "o trono da besta será afetado e seu reino ficará em trevas" causará ódio ainda maior dos incrédulos por Deus;
6) Sexta taça (Ap 16.12-16): o rio Eufrates secará. Isso facilitará a travessia dos exércitos dos reis do Oriente (cf. Dn 11.44);
7) Sétima taça (Ap 16.17-21): completam-se todas as coisas e ocorre o maior terremoto de todos os tempos causando inúmeras destruições. Pedras com cerca de 35 quilos caem dos céus, provocando terrível destruição e isso resulta blasfêmias contra Deus por parte dos incrédulos.
OUTROS EVENTOS DA TRIBULAÇÃO
A) Os remidos - Quando o quinto selo é aberto (Ap 6.9-11) iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra. Sabendo que todos os crentes foram arrebatados antes da Tribulação, podemos notar esses que serão perseguidos crerão em Cristo durante aquele período.
O evangelho será pregado nessa época possivelmente pelos servos de Deus que foram selados. Tratam-se de 144 mil judeus solteiros do sexo masculino (Ap 7.3-8; 14.1-4) e são chamados de "servos do nosso Deus". Eles não serão os únicos a pregar naqueles dias. Outros pregarão e serão perseguidos e mortos (Mt 24.9). O fato é que o evangelho será pregado em todo mundo e haverá conversões (Mt 24.14).
B) Ataque frustrado a Israel - Durante o período de aparente paz (provavelmente no final dele), uma confederação do norte atacará Israel (Ez 38?39). Os possíveis participantes, segundo Ez 38.1-6, são Rússia (Gogue e Magogue), Irã (Pérsia), Sudão (Etiópia), Líbia (Pute), Ucrânia (Gômer), Turquia e Síria (Togarma). Esse ataque ocorrerá depois do tratado de paz, quando os israelitas habitarem sua terra tendo retornado do exílio mundial. Haverá protestos da parte do Ocidente (Ez 38.13). Essa coligação será derrotada por intervenção divina (Ez 38.21,22) e levará 7 meses para enterrar os mortos (Ez 39.12).
Tal destruição dos inimigos causará um grande testemunho para o mundo e para os israelitas incrédulos (Ez 38.23; 39.7,13,21-24). É possível que esse evento faça o "homem da iniquidade" atuar dentro da Palestina e produza conversões entre os israelitas e a consequente perseguição do "homem da iniquidade" por desejar uma adoração que não pode mais ter devido à fé dos que creram.
C) As duas testemunhas - Durante a primeira metade da Tribulação, duas testemunhas desenvolverão uma atividade de proclamação como de profetas (Ap 11.3-13). Farão isso por 1.260 dias (primeiros 3½ anos da Tribulação) e parecem exercer poder sobre a natureza (vv.3-6). Cumprida sua tarefa e seu tempo, a besta (o homem da iniquidade) vai vencê-las e deixar seus corpos expostos em uma praça de Jerusalém (vv.7-9). Durante 3 dias e meio, haverá festa pela morte das testemunhas, mas, ao final disso, elas serão ressuscitadas e levadas ao céu. Um décimo da cidade será destruído causando a morte de 7 mil pessoas (vv.10-13).
D) Atuação do homem da iniquidade (a besta) - A primeira parte da Tribulação tem o "homem da iniquidade" como um líder capaz de resolver problemas entre nações trazendo-lhes paz. Entretanto, o evento descrito em Dn 9.27 demonstra seu real caráter e dá início à segunda metade da Tribulação.
A besta se assentará no santuário de Deus e se apresentará como Deus, exigindo ser adorado (2Ts 2.3,4). Essa besta se apresentará como Deus, pois Satanás lhe dará poder e autoridade (Ap 13.2), além de poderes sobrenaturais (2Ts 2.9). Durante essa época, a besta será "ferida de morte", mas sua recuperação inacreditável fará com que seja seguida por muita gente, que também adorará a Satanás (Ap 13.3,4). Um dos pontos que comprova a divindade de Jesus é a sua ressurreição. É possível que a segunda besta utilize esse evento do mesmo modo para tentar mostrar sua "divindade" enganadora.
Nos 42 meses seguintes (3½ anos), a besta agirá com poder e engano, perseguindo e vencendo os crentes e sendo adorada pelo mundo todo (Ap 13.5-8). Haverá também, por parte do homem da iniquidade e das nações que o servem, a perseguição e destruição da igreja apóstata/ecumênica (Ap 17.16).
E) A segunda besta (falso profeta) - Para promover seus intentos e a adoração a si, a primeira besta (o homem da iniquidade) faz surgir uma segunda besta (falso profeta). A segunda besta em momento algum promove a si mesma, mas ao homem da iniquidade (Ap 13.11-18). Tem a autoridade da primeira besta e realiza sinais (vv.12,13). Vai exaltar o fato de a primeira besta não ter sucumbido diante da ferida mortal (v.14).19 Fará uma imagem da besta e lhe dará vida (ou a aparência de uma imagem viva) a fim de atrair adoração (v.15). Finalmente, cria uma marca que somente os adoradores da besta receberão e com a qual poderão realizar operações comerciais (vv.16-18).
F) A igreja apóstata/ecumênica - No período da Tribulação, atuará uma igreja apóstata (possivelmente a apostasia mencionada em 2Ts 2.3) chamada de grande meretriz.
Apocalipse 17 fala sobre essa igreja sendo uma instituição rica (v.4), modelo de outras instituições ligadas a ela (v.5), que se alegra com a perseguição e morte das testemunhas de Jesus (v.6). Essa instituição tem uma abrangência mundial (v.15) e sucumbirá diante do homem da iniquidade e das nações a ele associadas (v.16).
4 - O ARMAGEDOM - No final da Tribulação, reinos do Norte e do Leste virão sobre Israel, facilitados pela seca do Eufrates, à planície de Esdraelon, defronte ao monte Megido (em grego Armagedom).
Trata-se de um vale que mede cerca de 30 x 20 km. Outros locais de conflito serão Jerusalém (Zc 12.9; 14.12; 14.4) e Bozra (atual Petra) (Is 63.1-6). Essas três regiões compreendem o Norte, o Centro e o Sul de Israel, respectivamente.
No meio da batalha, o Senhor Jesus voltará com seus exércitos celestiais e derrotará os exércitos terrenos (Ap 19.11-21). O morticínio será indescritível (Ap 14.20; 19.17,18).

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Pra. Eliane Levando Jesus

Saudades... Louvores que toca a Alma. LEVANDO JESUS

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Pra. Eliane Levando Jesus

sábado, 20 de abril de 2019

Capitã de Jeová eta gloriaaaaaa



Pra. Eliane Levando Jesus

Um novo tempo. Com Pr. Silas Malafaia



Pra. Eliane Levando Jesus

Lição 19 Eclesiologia parte 2

OS OFICIAIS DA IGREJA
Para os propósitos deste capítulo, usaremos a seguinte definição: um oficial da igreja é alguém publicamente reconhecido como detentor do direito e da responsabilidade de desempenhar certas funções para o benefício de toda a igreja.
Segundo essa definição, presbíteros e diáconos seriam considerados oficiais na igreja, bem como o pastor (se esse for um ofício distinto). O tesoureiro e o moderador também seriam oficiais (esses títulos podem variar de igreja para igreja). Todas essas pessoas tiveram reconhecimento público, geralmente em um culto no qual foram "empossados" ou "ordenados" em um ofício.
1. Apóstolos.
Os apóstolos do Novo Testamento tinham um tipo singular de autoridade na igreja primitiva: autoridade para falar e escrever palavras que eram "palavras de Deus" em sentido absoluto. Não acreditar neles ou desobedecer a eles era o mesmo que não crer em Deus e desobedecer a Deus.
a. As qualificações de um apóstolo. As duas qualificações de um apóstolo eram: (1) ter visto Jesus Cristo após a ressurreição (ser testemunha ocular da ressurreição) e (2) ter sido especificamente comissionado por Cristo como seu apóstolo.
O fato de que um apóstolo tinha de ter visto o Senhor ressurreto é indicado em Atos 1.22, onde Pedro diz que o substituto de Judas deve "se tornar testemunha conosco de sua ressurreição". Além disso foi "aos apóstolos que escolhera" que "depois de ter padecido se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias" (At 1.2-3; cf. 4.33).
b. Quem eram os apóstolos? O grupo inicial contava com doze ? os onze discípulos originais que continuaram após a morte de Judas, e Matias, que o substituiu: "E os lançaram em sortes, vindo a sorte a recair sobre Matias, sendo-lhe então votado lugar com os onze apóstolos" (At 1.26). Tão importante era esse grupo original de doze apóstolos, os membros fundadores do ofício apostólico, que lemos que seus nomes estão escritos nos fundamentos da cidade celestial, a nova Jerusalém: "A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro" (Ap 21.14).
c. Resumo. A palavra apóstolo pode ser usada em um sentido amplo ou restrito. Em sentido amplo ela significa "mensageiro" ou "missionário pioneiro". Mas em sentido restrito, que é o mais comum no Novo Testamento, refere-se a um ofício específico, "apóstolo de Jesus Cristo". Esses apóstolos tinham autoridade única para fundar e liderar a igreja primitiva e podiam falar e escrever a palavra de Deus. Muitas de suas palavras escritas tornaram-se as Escrituras do Novo Testamento.
2. Presbíteros (pastores / bispos)
a. Pluralidade de presbíteros, padrão em todas as igrejas do Novo Testamento. O próximo ofício a ser considerado é o de "presbítero". Embora se argumente que havia diferentes formas de governo eclesiástico no Novo Testamento, um panorama dos textos pertinentes mostra que o oposto é verdadeiro: há um padrão bastante coerente de vários presbíteros como o principal grupo de liderança das igrejas neotestamentárias. Por exemplo, em Atos 14.23 lemos: "E promovendo-lhes em cada igreja a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido". Isso aconteceu na primeira viagem missionária de Paulo, quando retornava pelas cidades de Listra, Icônio e Antioquia, e indica que o procedimento normal de Paulo desde sua primeira viagem missionária era estabelecer um grupo de presbíteros em cada igreja que fundava. Sabemos que Paulo também estabeleceu presbíteros na igreja de Éfeso, porque lemos: "De Mileto mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja" (At 20.17).
b. Outros títulos dos presbíteros: pastores ou bispos. Presbíteros também são chamados "pastores" ou "bispos" no Novo Testamento. A palavra menos usada (pelo menos na forma substantiva) é pastor (gr. poimÂn). Pode surpreender-nos descobrir que essa palavra, que se tornou tão comum, só ocorra, referindo-se a um oficial da igreja, uma vez no Novo Testamento. Em Efésios 4.11, Paulo escreve: "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres". O versículo provavelmente seria mais bem traduzido por "pastores-mestres" (um grupo) e não "pastores e mestres" (sugerindo dois grupos) por causa da construção grega (embora nem todo estudioso da área de Novo Testamento concorde com a tradução). A associação com o ensino sugere que esses pastores eram alguns presbíteros (ou talvez todos) que se encarregavam do ensino, porque um dos requisitos do presbítero era ser "apto para ensinar" (1Tm 3.12).
c. As funções dos presbíteros. Uma das principais funções dos presbíteros é dirigir as igrejas do Novo Testamento. Em 1Timóteo 5.17 lemos: "Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem". Antes, na mesma epístola, Paulo diz que o bispo (ou presbítero) "deve governar bem a sua própria casa [...] pois, como cuidará da igreja de Deus?" (1Tm 3.4-5).
d. Qualificações dos presbíteros. Quando Paulo alista as qualificações dos presbíteros, é importante o fato de ele juntar requisitos concernentes a traços do caráter e atitudes íntimas com requisitos que não podem ser preenchidos em curto espaço de tempo, senão em um período de muitos anos de vida cristã fiel:
"É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo" (1Tm 3.2-7).
f. A ordenação pública de presbíteros. Em relação com a discussão acerca dos presbíteros, Paulo diz: A ninguém imponhas precipitadamente as mãos" (1Tm 5.22). Embora o contexto não especifique um processo de seleção de presbíteros, todo o contexto imediatamente anterior (1Tm 5.17-21) trata de presbíteros; e a imposição de mãos seria uma cerimônia para separar alguém para o ofício de presbítero (observe a imposição de mãos para ordenar ou estabelecer pessoas em certos ofícios e tarefas em At 6.6; 13.3; 1Tm 4.14). Portanto, a consagração de presbítero parece a possibilidade mais provável para a ação que Paulo tem em mente. Nesse caso ele estaria dizendo: "A ninguém consagre precipitadamente como presbítero". Isso seria coerente com um processo por onde os diáconos devem ser "primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato" (1Tm 3.10).
3. Diáconos.
A palavra diácono é tradução da palavra grega diakonos, que é o termo comum que se traduz por "servo", quando usado em contextos não eclesiásticos.
Os diáconos são claramente mencionados em Filipenses 1.1: "... a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos". Mas não há especificação de sua função, só a indicação de que são diferentes dos bispos (presbíteros). Os diáconos também são mencionados em 1Timóteo 3.8-13 em uma passagem mais extensa:
"Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primei-ramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma sorte, quanto a mulheres [ou "esposas"; a palavra grega pode ter um desses significado], é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher, e governe bem seus filhos e a própria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus" (1Tm 3.8-13).
4. Outros cargos?
Em algumas igrejas hoje, há outros cargos, tais como tesoureiro, moderador (alguém com responsabilidade de presidir as reuniões administrativas da igreja), ou curador (em algumas formas de governo da igreja, alguém legalmente responsável pelas propriedades da igreja). Além disso, igrejas com uma equipe de direção com mais de um membro assalariado podem ter nessa equipe membros (tais como ministro de música, diretor de educação, conselheiro de jovens, etc.) "publicamente reconhecidos como detentores do direito e da responsabilidade de desempenhar certas funções na igreja" e que assim se encaixam em nossa definição de oficial da igreja, podendo até serem pagos para desempenhar tais funções em tempo integral, mas que podem não ser presbíteros nem diáconos na igreja.
B. COMO DEVEM SER ESCOLHIDOS OS OFICIAIS DA IGREJA?
Existem duas práticas principais no processo de seleção dos oficiais da igreja : a escolha feita por uma autoridade superior e a que se faz pela congregação local. A Igreja Católica Romana tem seus oficiais indicados por uma autoridade superior: o papa indica cardeais e bispos, e os bispos indicam sacerdotes para as paróquias locais. Essa é uma "hierarquia", ou sistema de governo por sacerdócio, distinto dos leigos na igreja. Esse sistema indica uma linha ininterrupta de descendência que começa com Cristo e os apóstolos e alega que o sacerdócio atual é o representante de Cristo na igreja. Embora a Igreja Anglicana (Igreja Episcopal, nos Estados Unidos) não se submeta ao domínio de um papa nem tenha cardeais, ela possui algumas semelhanças com o sistema hierárquico da Igreja Católica Romana, já que é dirigida por bispos e arcebispos, e os membros de seu clero são considerados sacerdotes. Ela também alega estar na linha de sucessão direta a partir dos apóstolos, e os sacerdotes e bispos
A Liderança da Igreja
Independente do tipo de governo que as igrejas tenham, é inegável a necessidade de líderes. Sempre foi assim desde o início da igreja: O NT mostra que havia líderes na Judeia (At 11.29,30), Paulo instituiu líderes na Galácia (At 14.23), os líderes da igreja se reuniram em Jerusalém (At 15) e havia presbíteros e diáconos nas igrejas (At 20.17; e Fp 1.1).
TIPOS DE LÍDER
Apesar de o NT mencionar presbíteros e diáconos na liderança das igrejas, nem todas as denominações adotam essa divisão. Textos bíblicos que falam muito sobre o assunto são Tito 1 e 1 Timóteo 3. Esses dois textos demonstram que as palavras "presbítero" e "bispos" (supervisores) são termos intercambiáveis e se referem à mesma pessoa. Outras evidências dessa realidade são:
  • Paulo usa os dois termos se referindo às mesmas pessoas no mesmo parágrafo (Tt 1.5-7);
  • Paulo chama os presbíteros de Éfeso de "bispos" (At 20.17,28);
  • Em 1Tm 3.1-13 e Fp 1.1, Paulo cita apenas bispos e diáconos, sem se referir a presbíteros, embora 1Tm 5.17 os identifique na igreja.
MINISTÉRIO DOS PRESBÍTEROS
Os deveres dos presbíteros são:
a) Governar - O presbítero deve liderar (1Tm 5.17; Hb 13.17), não como dominador, mas sem perder a autoridade (1Pe 5.3; Hb 13.7);
b) Guardar a verdade - Proclamar e explicar as doutrinas reveladas nas Escrituras (Tt 1.9), buscando ser capacitado para tanto (1Tm 3.2);
c) Ter um bom caráter - As qualificações necessárias ao caráter do presbítero, conforme 1Tm 3.1-7 e Tt 1.5-9, são:
  • Irrepreensível;
  • Marido de uma esposa;
  • Temperante;
  • Sóbrio;
  • Modesto;
  • Hospitaleiro;
  • Apto para ensinar;
  • Não dado ao vinho;
  • Não violento;
  • Amável;
  • Inimigo de contendas;
  • Não ganancioso;
  • Não irascível;
  • Governar bem o lar;
  • Não orgulhoso;
  • Não inexperiente;
  • De bom testemunho.
Os presbíteros eram escolhidos e investidos nessa função, nos dias do NT, quando eram fundadas novas igrejas (At 14.23; Tt 1.5). Os apóstolos, os presbíteros e a congregação participavam desse processo.
Exemplos disso:
  • Paulo e Barnabé tiveram a imposição de mãos13 da igreja e foram enviados (At 13.3);
  • Os presbíteros impuseram as mãos sobre Timóteo (1Tm 4.14);
  • Tito nomeou presbíteros em Creta (Tt 1.5);
  • Paulo alertou sobre a imposição precipitada de mãos (1Tm 5.22).
MINISTÉRIO DOS DIÁCONOS
A palavra diácono quer dizer ministro ou servo. A diaconia (serviço) é um ministério geral que pode ser oficial ou não. Entretanto, a Bíblia especifica as qualificações de homens que assumiam um cargo oficial na igreja com o nome de diácono (Fp 1.1). Tais qualificações são semelhantes e paralelas às do presbítero (1Tm 3.8-13).
A imposição de mãos, nesse caso, tem o significado de reconhecimento, aprovação e apoio ao ministério de quem é feito presbítero.
As Ordenanças da Igreja
Ordenanças são ordens dadas por Cristo à Igreja com a intenção de lembrar e simbolizar verdades fundamentais. Diferente do conceito de "sacramento", as ordenanças não têm a intenção de serem veículos de graça. Apesar das diferenças entre diversas denominações no que tange à intenção e número das ordenanças, cremos que são identificadas como ordenanças o batismo e a ceia.
O BATISMO
A palavra batismo vem do grego baptisma e baptizo, que significa imergir, submergir. Assim, ele deve ser feito pela imersão total do crente na água (Mt 3.16; Jo 3.23; At 8.36-39). O batismo deve ser ministrado somente a adultos ou, eventualmente, a crianças que já entenderam e aceitaram o evangelho. O batismo por imersão atinge os quatro objetivos do batismo:
  • A profissão pública de fé ? objetivo principal ? (1Pd 3.21);
  • A identificação do batizando com os demais discípulos de Jesus (Mt 28.19);
  • A representação da lavagem espiritual (At 22.16 cf. 1Co 6.11);
  • A representação da morte do crente para o mundo e de sua ressurreição para uma nova vida (Rm 6.4; Cl 2.12).
O batismo tem seu significado associado às ideias de:
  • Perdão (At 2.38; 22.16);
  • União com Cristo (Rm 6.1-10);
  • Fazer discípulos (Mt 28.19);
  • Arrependimento (At 2.38).
O Novo Testamento apresenta o batismo rendendo-lhe uma posição importante que pode ser notada nos seguintes textos:
  • O batismo de Jesus (Mt 3.16);
  • A orientação de Cristo para o batismo dos seus discípulos (Jo 4.1-3);
c) A ordem de Cristo para que a igreja batizasse os futuros discípulos (Mt 28.19);
d) Lugar de destaque na vida da igreja primitiva (At 2.38,41; 8.12,13,36; 9.18; 10.47,48; 16.15,33; 18.8; 19.5);
e) O NT usa para retratar ou simbolizar verdades teológicas importantes (Rm 6.1-10; Gl 3.27; 1Pe 3.21).
2 - A CEIA DO SENHOR
A Ceia do Senhor é uma ordenança dada pelo Senhor Jesus Cristo cuja validade dura até seu retorno para os seus. Trata-se de um "memorial" em que, de modo algum, o corpo e sangue de Cristo estão presentes nos elementos da ceia, nem tampouco é esse um momento revestido de qualquer misticismo.
As principais visões sobre a Ceia do Senhor são:
a) Transubstanciação (católicos romanos) ? Pão e vinho, literalmente, transformam-se em corpo e sangue de Cristo. Os que os recebem participam de Cristo, que é sacrificado para reconciliação de pecados;
b) Consubstanciação (luteranos) ? Pão e vinho contêm o corpo e o sangue de Cristo. Não há uma transformação literal, mas a presença de Cristo se dá em sentido real. Cristo está presente "em, com e sob" os elementos. Os participantes recebem perdão de pecados e confirmação da sua fé por meio da participação nos elementos. Mesmo os descrentes são beneficiados por ela;
c) Presença espiritual (presbiterianos) ? Cristo não está literalmente presente nos elementos, mas há uma presença espiritual. Os participantes recebem graça pela participação, porém, não pelos elementos e sim por meio da fé. Sem benefícios para incrédulos;
d) Memorial (batistas) ? Os elementos são pão e vinho somente. Cristo não está especialmente presente, nem física, nem espiritualmente. Sua presença é a mesma experimentada costumeiramente pela sua igreja. É um memorial realizado pelos participantes. Simboliza Cristo e sua morte, não seu corpo literal. Nenhuma graça é transmitida.
Por que cremos que a Ceia do Senhor é um "MEMORIAL"?
a) Porque a expressão "isto é meu corpo" (Mt 26.26; 1Co 11.24) é uma figura de linguagem (metáfora) que na verdade quer dizer "isto simboliza meu corpo". Esse é o mesmo modo de interpretar expressões como "eu sou o pão da vida" ou "eu sou o pão vivo que desceu dos céus" (Jo 6.48,51), "eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12), "eu sou a porta das ovelhas" (Jo 10.7,9) e "eu sou a videira verdadeira" (Jo 15.1).
Tomar literalmente "isto é meu corpo" trará também grandes dificuldades para interpretarmos frases como "porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão" (1Co 10.17);
b) Quando Jesus disse "isto é meu corpo", a Bíblia diz que ele "tomou um pão" (Mt 26.26; Mc 14.22; Lc 22.19). Nessa ocasião, o corpo real de Jesus segurava o pão em vez de integrá-lo;
c) Porque, apesar da onipresença divina, o corpo de Cristo foi elevado aos céus (At 1.9,11; 7.55, 56) e haverá uma presença corporal de Jesus na Terra apenas na sua segunda vinda (At 1.11; Lc 21.27; e 1Ts 1.10) de modo que seu corpo não está presente na terra no momento da ceia;
d) O texto de 1Co 10.16, usado para defender uma suposta presença especial de Cristo na ceia, não tem por intenção tratar a forma da Ceia do Senhor (Paulo trata disso no capítulo seguinte), mas pretende apresentar a participação da ceia como integração no culto do Senhor, assim como os israelitas participaram do culto de Baal-Peor pelo contato com as mulheres midianitas e como os crentes de Corinto teriam parte em um culto idólatra se participassem de refeições em templos pagãos (1Co 10.1-22).
O que é a Ceia do Senhor na "visão memorial"?
a) É uma recordação da morte de Cristo (1Co 11.24,25) ? O pão simboliza seu corpo oferecido em sacrifício (1Pe 2.24) e o cálice simboliza seu sangue derramado para o perdão dos pecados (Ef 1.7) na cruz do Calvário;
b) É uma proclamação da morte de Cristo enquanto se espera sua vinda (1Co 11.26) ? Volta os olhos dos participantes para o retorno futuro de Cristo (Mt 26.29);
c) É uma comunhão entre os crentes (1Co 10.17) ? É uma refeição que concentra a fé comum dos participantes em Cristo.
MEIOS DE GRAÇA NA IGREJA
Todas as bênçãos que recebemos nesta vida são em última análise imerecidas ? todas elas nos vêm pela graça. De fato, para Pedro, toda a vida cristã se vive pela graça (1Pe 5.12).
Mas será que Deus usa meios especiais para nos dispensar mais graça? Especificamente na comunhão da igreja, será que há determinados meios ? ou seja, determinadas atividades, cerimônias ou funções ? que Deus usa para nos dispensar mais graça? Outra maneira de formular essa pergunta é: será que o Espírito Santo se utiliza de certos meios para distribuir as bênçãos aos salvos?
B. ANÁLISE DOS MEIOS
1. O ensino da Palavra.
Mesmo antes de as pessoas se tornarem cristãs, o ensino e a pregação da Palavra lhes dispensam a graça de Deus, pois esse é o instrumento que Deus usa para lhes conceder a vida espiritual e levá-las à salvação. Diz Paulo que o evangelho é o "poder de Deus para a salvação" (Rm 1.16) e que a pregação de Cristo é "poder de Deus e sabedoria de Deus" (1Co 1.24). Deus nos fez nascer de novo ou "nos gerou pela palavra da verdade" (Tg 1.18), e Pedro diz: "Fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente" (1Pe 1.23). A Palavra escrita de Deus, a Bíblia, pode "tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2Tm 3.15).
4. A oração.
que tanto a oração coletiva na igreja reunida quanto a oração dos cristãos uns pelos outros são meios poderosos que o Espírito Santo usa cotidianamente para distribuir bênçãos aos salvos. Certamente devemos orar juntos e também individualmente, seguindo o exemplo da igreja primitiva. Quando os primeiros cristãos ouviram as ameaças dos líderes dos judeus, "unânimes, levantaram a voz a Deus" em oração (At 4.24-30), e "tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus" (At 4.31; cf. 2.42). Quando Pedro foi lançado na prisão, "havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele" (At 12.5).
5. A adoração.
A adoração genuína é a adoração "em espírito" (Jo 4.23-24; Fp 3.3), que provavelmente significa adoração que se dá na esfera espiritual (não meramente o ato físico de participar do culto, ou de cantar hinos). Quando penetramos na esfera espiritual e ministramos ao Senhor em oração, Deus também ministra a nós. Assim, por exemplo, na igreja de Antioquia, enquanto estavam "servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13.2).
6. A disciplina da igreja.
Como a disciplina da igreja é um meio pelo qual se fomenta a pureza da igreja e se estimula a santidade de vida, sem dúvida devemos contá-la também como "meio de graça". Porém, a bênção não é concedida automaticamente: quando a igreja disciplina, aquele que está em pecado não recebe nenhum bem espiritual a menos que o Espírito Santo o convença do seu pecado e provoque uma "tristeza segundo Deus" que "produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar" (2Co 7.10); e a igreja também não recebe nenhum bem espiritual a menos que o Espírito Santo esteja atuante nos outros membros quando eles tomarem consciência desse processo. É por isso que a igreja deve executar a disciplina sabendo que ela se faz na presença do Senhor (1Co 5.4; cf. 4.19-20) e com a certeza de que ela traz em si a sanção celeste (Mt 16.19; 18-18.20).
7. A oferta.
As ofertas são normalmente feitas por intermédio da igreja: ela as recebe e distribui aos vários ministérios e necessidades que atende. Aqui, novamente, não há dispensação automática ou mecânica de benefícios aos que contribuem. Simão, o mágico, foi veementemente repreendido por pensar que podia "adquirir, por meio dele [do dinheiro], o dom de Deus" (At 8.20). Mas se a oferta é feita com fé, pela devoção a Cristo e por amor ao seu povo, então certamente haverá grandes bênçãos nela. Deus mais se agrada quando as ofertas em dinheiro vêm acompanhadas de uma intensificação da devoção do doador a Deus, como foi o caso dos macedônios, que "deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus" (2Co 8.5), e mais tarde ainda fizeram doações aos cristãos pobres de Jerusalém. Quando a contribuição se faz com alegria, "não com tristeza ou por necessidade", vem com ela a grande recompensa do favor de Deus, "porque Deus ama a quem dá com alegria" (2Co 9.7).
8. Os dons espirituais.
Pedro considera os dons espirituais veículos pelos quais a graça de Deus vem à igreja. Diz ele: "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus" (1Pe 4.10). Quando os dons são usados em benefício uns dos outros na igreja, a graça de Deus é assim dispensada àqueles a quem Deus pretende concedê-la. Excelentes bênçãos virão à igreja com o uso correto dos dons espirituais, desde que a igreja siga a exortação de Paulo de usar os dons para procurar "progredir, para a edificação da igreja" (1Co 14.12; cf. Ef 4.11-16).
9. A comunhão.
Não devemos menosprezar a comunhão cristã comum como valioso meio de graça na igreja. Os membros da igreja primitiva "perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (At 2.42). E o autor de Hebreus lembra aos cristãos: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima" (Hb 10.24-25). Na comunhão dos crentes, crescem a amizade e o afeto naturais uns pelos outros, e assim se cumpre o mandamento de Jesus: "que vos ameis uns aos outros" (Jo 15.12). Além disso, quando os crentes se importam uns com os outros, seguem o conselho de Paulo: "Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo" (Gl 6.2).
10. A evangelização.
Em Atos, há um vínculo frequente entre proclamar o evangelho (mesmo enfrentando oposição) e estar cheio do Espírito Santo (ver At 2.4 com v. 14-36; 4.8, 31; 9.17 com v. 20; 13.9, 52). A evangelização é então um meio de graça não só porque ministra graça salvífica aos que não estão salvos, mas também porque quem evangeliza vivencia mais a presença e a bênção do Espírito Santo. Às vezes a evangelização é realizada individualmente, outras vezes é uma atividade coletiva da igreja (como nas campanhas de evangelização). E mesmo a evangelização individual muitas vezes envolve outros membros da igreja, que acolhem um visitante descrente e atendem as suas necessidades. Portanto a evangelização é com justiça considerada um meio de graça na igreja.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Lição 20 Escatologia parte 1

Devido à complexidade do assunto e suas diferentes linhas, iremos dividir em três aulas.
A Escatologia e as Posições Escatológicas
Escaton em grego quer dizer "extremidade" ou "final". Portanto, falar de escatologia é falar do fim. O livro mais comumente usado para sua análise é justamente o último do NT: Apocalipse. Porém, existem vários aspectos complementares no Antigo Testamento.
Escatologia é o estudo do que foi revelado pela Bíblia sobre o plano eterno de Deus e o seu fim na Terra. A ênfase geralmente é no período do arrebatamento, das ressurreições, na Grande tribulação, da volta de Cristo, do milênio e do juízo final. Todos estes aspectos serão explicados posteriormente em nosso estudo.
Assim como outras áreas da Teologia, a escatologia é bastante complexa e não há consenso entre todos. Isso faz com que muitos considerem seu estudo de importância secundária, mas essa é uma visão equivocada. Ele é tão importante quanto todas as outras áreas da teologia.
Objetivos do estudo da escatologia pelos crentes:
  • Oferecer alegria em meio à aflição (2 Co 4.17; 1 Ts 4.18);
  • Encorajar a viver em santidade (1 Jo 3.3);
  • Ajudar no ensino e na correção dos crentes, já que faz parte das Escrituras (2 Tm 3.16,17);
  • Fornecer informações sobre a vida futura (2 Co 5.8).
O estudo pode se concentrar em várias linhas, a saber
  • O futuro do indivíduo X o futuro do Planeta
  • O futuro da Igreja X o futuro de Israel
  • O futuro dos salvos X o futuro dos gentios
Alegoria ou literalidade
  • A teologia também pode se concentrar em ênfases bíblicas:
  • A escatologia do Antigo Testamento
  • A escatologia de Daniel e Ezequiel
  • A escatologia de Jesus
  • A escatologia de Paulo
  • A escatologia de João/ Apocalipse
Embora muitos façam um estudo cronológico, o texto de Apocalipse mostra eventos do passado e do presente. Um entendimento melhor pode ser obtido pela compreensão de que João repetidas vezes usa a expressão "depois disso eu vi" e não "depois disso aconteceu" (Ap 1:19; 4:1; 7:1,9; 8:5, 15:5; 18:1; 19:1). Ou seja, ele relata na orem que está vendo e não diz que é na ordem que acontecerá.

O Desenvolvimento da Escatologia
Dispensacionalismo
Possivelmente o sistema de interpretação teológico conhecido como "dispensacionalismo" é o que mais influencia as interpretações escatológicas atualmente. Embora a palavra "dispensação" signifique literalmente "administração" ou "mordomia" (derivada de do termo oikonomia - Ef. 3. 2), é empregada para designar "um período de tempo durante o qual o homem é testado quanto à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus".
Seu principal expoente foi o pregador irlandês John Nelson Darby (1800-1882). Mais tarde, popularizou-se pelas notas do norte-americano Cyrus Ingerson Scofield (1843 - 1921), autor da Bíblia de Estudo Scofield. Segundo essa interpretação, existem sete períodos, ou dispensações no plano eterno de Deus.
Para Scofield esses períodos se distinguem nas Escrituras "por uma mudança no método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a estas duas grandes verdades pecado e responsabilidade humana. Cada Dispensação pode ser considerada como uma prova para o homem natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso".
Cinco dessas dispensações já se consumaram. Estamos vivendo na sexta e a última, ficará para o futuro: o Milênio
As sete dispensações são as seguintes:
1) Inocência - começou com a criação de Adão e terminou com a sua expulsão do Éden;
2) Consciência - começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio;
3) Governo Humano - começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas em Babel;
4) Promessa - começou com Abraão e terminou com a escravidão no Egito;
5) Lei - começou no Sinai e terminou com a expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã;
6) Graça - começou com a morte de Cristo e terminará com o arrebatamento da Igreja;
7ª) Milênio - começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono Branco.
Embora não necessariamente o termo seja empregado nas teologias sistemáticas, no Brasil essa é a linha mais comumente adotada.
Os Últimos Dias
O que entendemos na Bíblia pela expressão "últimos dias" é que não se trata apenas dos dias imediatos que antecedem o arrebatamento da igreja, mas de toda a era da "Igreja Cristã". Desde que Jesus esteve na Terra iniciaram-se a contagem para o fim.
Assim, os limites (início e final) dos "últimos dias são":
  • Início com o Pentecostes (Atos 2);
  • Fim com o arrebatamento da igreja, que envolve a ressurreição dos salvos e arrebatamentos dos crentes vivos (1Ts 4.13-17; 1Co 15.51-58).
EVENTOS QUE ENVOLVEM O FINAL DA ERA DA IGREJA
Apesar de todo esse período compreender os "últimos dias", algumas situações se intensificarão com o decorrer da história até que a igreja seja arrebatada:
A) O aumento da apostasia - O abandono da fé caracterizará esse período (2 Tm 3.1-5).
Características dessa apostasia:
Desvios doutrinários
  • Negação da doutrina da Trindade (1Jo 2.22,23);
  • Negação da doutrina da encarnação de Cristo (1Jo 2.22; 4.3; 2Jo 7);
  • Negação da doutrina da volta de Cristo (2Pe 3.4).
  • Estilo de vida compatível com a apostasia (2Tm 3.1-5; Mt 24.12; 2Pe 2.2).
B) Preparação para a igreja ecumênica? Durante a primeira metade da Tribulação, um sistema religioso unificado será erguido. Normalmente ele é chamado de "igreja ecumênica", ou também Grande Babilônia.
As características dessa igreja:
a) Abrangência mundial (Ap 17.15);
b) Infidelidade ao Senhor e à verdade (note-se o termo "meretriz" em Ap 17.1,5,15,16);
c) Promoção de grandes alianças políticas (Ap 17.12,13);
d) Perseguição contra os santos da tribulação (Ap 17.6).
C) Falsos Cristos e falsos profetas, guerras e catástrofes - Antes que se inicie a Tribulação, haverá na era da igreja o surgimento de homens que dizem ser o próprio Cristo. Além de falsos profetas, haverá guerras e ameaças de conflitos internacionais e eventos catastróficos naturais como terremotos, doenças e fomes (Mt 24.3-8,11; Lc 21.11; 2Pe 2.1-3).
D) Perseguição da Igreja? A igreja de Cristo, odiada pelo mundo, será perseguida até a morte em muitos lugares (Mt 24.9,10).
O Arrebatamento
Apesar de a palavra Arrebatamento não constar na Bíblia, sua ideia de "retirada da igreja da Terra" está presente em 1 Ts 4.17, derivando da palavra grega arpazo, que significa "arrancar", "levar pela força", "arrebatar".
Ao dizer que "os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1Ts 4.16), o texto parece se referir apenas à igreja e não a todos os salvos de todas as eras.
Existes três passagens principais sobre o Arrebatamento: João 14.1-3; 1 Coríntios 15.50-58 e 1 Tessalonicenses 4.13-18.
A visão mais comum no Brasil sobre o arrebatamento é a chamada pré-tribulacionsita, ou seja, que ele acontecerá antes da tribulação.
O arrebatamento da igreja (tanto dos vivos como dos mortos) ocorrerá antes do período de sete anos da Tribulação, ou seja, no período anterior à chamada 70ª semana de Daniel (Dn 9.24-27).
A posição de que logo após o Arrebatamento vem a Tribulação e que os salvos não passarão por ela é chamada de pré-tribulacionismo.
Seu posicionamento se baseia nos seguintes argumentos:
  • A promessa de preservação "da hora da provação" de Ap 3.10, associada ao anúncio da segunda vinda de Jesus em no v.11b, sugerindo, com muita força, tratar-se do período da Tribulação.
  • O fato de Jesus não ter voltado na geração da igreja a quem se dirigiu tal promessa demonstra que se trata de uma esperança dirigida a toda a igreja (cf. Ap 3.13).
  • Ap 3.10 não diz que os crentes serão guardados "na provação", mas "da hora da provação". Não significa fortalecer durante o sofrimento, mas evitar que se entre nele.
  • 1Ts 5.1-11, Paulo afirma que apenas os incrédulos serão alvos do "Dia do Senhor" (v.2), e não os crentes. O "Dia do Senhor" é um termo associado ao período da Tribulação. No caso, é precedido pela menção de Paulo ao "Arrebatamento" (1Ts 4.13-18), o que denota que os dois eventos ocorrem um após o outro.
  • A ausência de menções da igreja nos relatos da Tribulação (Ap 4?19). Por outro lado, Cristo lida diretamente com os judeus (Ap 7.4-8; 14.1-5).
  • A menção, em 2Ts 2.1-9, da remoção daquele "que agora o detém" antes do "Dia do Senhor" e da revelação do "homem da iniquidade".
ARREBATAMENTO PARCIAL
Há teólogos que defendem um arrebatamento chamado de "parcial", que salvaria somente os crentes que estiveram vigiando e esperando pelo Senhor serão arrebatados em diferentes ocasiões antes e durante a tribulação de sete anos.
Seu argumento principal é que passagens indicam um arrebatamento parcial (Mt 24:40-51). Haveria um grupo de crentes considerados "dignos" e vigilantes que seriam arrebatados antes da Tribulação (Ap 3.10).
O NT traz também uma ênfase na necessidade dos crentes vigiar, aguardar, trabalhar e esperar recompensas (Mt 24.41-42, 25.1-13, 1 Ts 5.6, Hb 9.28). Há versículos que enfatizam a necessidade de se sofrer para reinar (Rm 8.16-17, Lc 22.28-30, At 14.22, Cl 3.24, 2 Ts 1.4-5). Portanto, os crentes devem sofrer durante a tribulação antes que possam reinar com Cristo.
OUTRAS VISÕES SOBRE TRIBULAÇÃO
Outras visões teológicas sobre o assunto são chamadas de pós-tribulacionismo (depois da tribulação) e meso-tribulacionismo (no meio da tribulação).
O principal argumento a respeito do Meso (ou midi) é que as Escrituras enfatizam o meio do período de Tribulação. Os 3 anos e meio são mencionados em Dn 7, 9.27, 12.7, Ap 11.23, 12.3,6,14.
O Sermão do Monte (Mt 24-25) enfatizam a vinda, o aparecimento e o retorno de Cristo, que seriam eventos distintos. Eles coincidem com a passagem do arrebatamento em 1 Tessalonicenses 4.15.
Enfatizam que 2 Tessalonicenses 2.14 claramente especifica sinais que precedem o arrebatamento.
Apocalipse 11.15-19 menciona a sétima trombeta, que é idêntica à trombeta de Deus em 1 Tessalonicenses 4.16.
Por fim, vejamos os argumentos em favor do Pós-tribulacionismo.
O arrebatamento na verdade ocorrerá no final da Tribulação. Ele será precedido por sinais inconfundíveis (Mt 24.3-31). Esses sinais são parte do período que coincide com a ideia de tribulação.
Muitas vezes Deus permitiu aflições sobre seus escolhidos mas não os desamparou (como Noé no Dilúvio Gn 6) e o domínio dos judeus por impérios ímpio (400 anos no Egito, 70 anos na Babilônia).
Boa parte do ensino bíblico acerca do tempo do fim se tornaria sem sentido se a igreja não precisa passar pela tribulação (Mt 24.15-20).
Encerramos aqui a primeira parte do estudo de escatologia.

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